This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.
Oficina Municipal e Força Tarefa de Finanças Sociais debatem inovação na gestão pública e compras governamentais
O governo pode assumir papéis relevantes para o fortalecimento do campo das finanças sociais e negócios de impacto no Brasil, como fomentador, regulador e comprador de produtos e serviços provenientes desse segmento, mas ainda há desafios que devem ser vencidos para viabilizar o pleno desenvolvimento dessa parceria. Este foi um dos principais temas debatidos no seminário Compras Governamentais e Negócios de Impacto, organizado pela Oficina Municipal e pela Força Tarefa de Finanças Sociais, no dia 27 de junho, em São Paulo.
Um grande desafio a ser enfrentado, segundo os participantes, é a desconexão entre os empreendedores responsáveis pelos negócios de impacto e os gestores públicos, que têm dificuldades para superar a rotina da administração. A solução para esse problema é a capacitação tanto dos gestores como dos responsáveis pelos negócios de impacto. O gestor sabe pouco a respeito dos negócios de impacto e tem baixa competência técnica até mesmo sobre as disposições da Lei 8.666, que regula as licitações. Prefeituras e órgãos de controle têm o mesmo problema. A legislação atual, ainda engessada, continua a ser um obstáculo a ser vencido para que a gestão pública conheça a inovação que os negócios de impacto podem oferecer.
O seminário contou com apresentações de José Mário Brasilense Carneiro, diretor da Oficina Municipal; Célia Cruz, representando a Diretoria Executiva da Força Tarefa; Eduardo Cury, ex-prefeito de São José dos Campos; Diogo Quitério, gestor de programas do ICE; Fernando Burgos, professor da EAESP Fundação Getulio Vargas e Maure Pessanha, diretora-executiva da Artemisia, além integrantes da equipe técnica da Oficina Municipal. O encontro reuniu representantes do setor público e do ecossistema de finanças sociais e negócios de impacto.
Para os participantes, as compras do setor público ainda são feitas da maneira tradicional e esse comportamento se choca com a lógica inovadora dos negócios de impacto, obrigados a enfrentar diversos entraves burocráticos e legais. Algumas respostas possíveis para esse desafio seriam o credenciamento de negócios de impacto por órgãos setoriais, a inclusão dos negócios de impacto na Lei 8.666 e a realização de feiras que possam promover o ecossistema de finanças sociais de negócios de impacto.
A situação dos municípios
Diante da dificuldade política de tramitar um processo mais complexo de reforma do sistema tributário que poderia aumentar a capacidade de arrecadação dos municípios, vêm surgindo alternativas e mecanismos complementares testados em outros países e que estão sendo adaptados ao contexto brasileiro. Dentre eles são bastante aplicadas hoje as parcerias público-privadas nos setores de infraestrutura. Já no campo socioambiental as parcerias público-privadas são mais difíceis pois o retorno financeiro para o capital privado depende de uma equação econômica mais complexa do ponto de vista do arranjo jurídico e institucional, o que tem levado muitas empresas, fundações e fundos de investimento a buscar um estreitamento das relações com o poder público por meio de projetos de parceria dotados de mecanismos de financiamento como os investimentos de impacto.
Recomendações
Esse tema foi mapeado pela Força Tarefa de Finanças Sociais e seus diferentes stakeholders. Entre suas 15 Recomendações prioritárias, a Força Tarefa inclui uma que estimula a inclusão de negócios de impacto na cadeias de valor do governo, em especial no tema de compras. A Força Tarefa quer refletir com o setor público e o ecossistema novas oportunidades para esta atuação e dar maior visibilidade a iniciativas já existentes que possam colaborar na consolidação de modelos alternativos de compras de produtos e serviços de negócios de impacto, replicáveis e ampliáveis, pelos diferentes níveis de governo.