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SOCAP16, o encontro mundial entre capital, propósito e inovação
A SOCAP16, Social Capital Markets Conference, é uma das maiores conferências globais sobre empreendedorismo social e investimento de impacto. A 9ª edição aconteceu entre 13 e 16 de setembro, em São Francisco (Califórnia, EUA), com a presença de 2.500 pessoas atuantes e interessadas no campo do mundo todo, entre investidores, empreendedores sociais, fundações, corporações e outras organizações que contribuem para conectar capital com propósito e para um mercado vibrante de soluções social, ambiental e economicamente sustentáveis.
A delegação brasileira foi formada por nove pessoas: Diogo Quitério, gestor de programas do ICE, Rodrigo Menezes (Derraik & Menezes), Henrique Bussacos (Impact Hub), Gustavo Maia e Bruno Aracaty (Colab.re), Sergio Serapião (60+Lab), Fernando Assunção (Mais 60 Saúde), Camila Matos (Sistema B) e Julia Profeta (Vox Capital).
As discussões foram divididas em nove temas não excludentes: Investimento de Impacto, Mensuração e Avaliação, Propósito, Economia Local, Cidades, Empreendedorismo Inclusivo (gênero, raça, renda e idade), Energia Limpa, Agricultura e Contextos Globais (África e Ásia). O evento ocupou 12 espaços com palestras simultâneas (entre 1.500 e 50 lugares), além de muitas mesas e salas específicas para networking e reuniões privadas, e 25 estandes de empreendedores para apresentação de soluções ou venda de produtos (https://www.youtube.com/user/SOCAPmarkets).
Segundo Diogo Quitério, o protagonismo nos debates foi dos fundos de investimento e de investidores que efetivamente estão alocando recursos no campo. “Seria importante que investidores brasileiros tivessem contato com eles e recebessem informações sobre a avaliação de risco e retorno. O ideal seria conseguir mobilizar alguns desses fundos, fundações e investidores do hemisfério Norte para que também aloquem recursos no Brasil. Outra possibilidade interessante seria propor uma mesa de debate ou um painel para a próxima edição da SOCAP, a fim de apresentar e discutir oportunidades de atuação desses fundos e investidores no ecossistema brasileiro”, afirma Quitério.
Palestrantes e moderadores falaram sobre negócios de impacto de uma forma mais abrangente em relação à que em geral é considerada no Brasil. Os cases citados incluíam, por exemplo, uma lavanderia que contrata presidiários; a Patagônia, cuja missão é produzir a melhor roupa do melhor jeito possível; e um curso de teatro para ex-combatentes. Destacaram também a relevância do propósito: endereçaram desafios de temas-chave como educação e saúde, alertando contudo para o fato de que o problema não será resolvido se não houver uma atuação mais assertiva no que se refere à distribuição de renda.
Entre os temas mais controversos, Quitério observou que, embora o investimento de fundos, anjos e fundações seja crescente, ainda não há um entendimento claro sobre a interrelação entre impacto e inovação: “Alguns veem a discussão como contraprodutiva e vale o que for acertado pelo dono do dinheiro, ou seja o que ele entende como inovador e o que espera de impacto”, comenta.
Em relação as tendências observadas na SOCAP16 fica claro que considerar impacto será uma realidade para o novo capital, um movimento sem volta. Estima-se que a performance dos fundos de impacto deverá superar a dos fundos tradicionais. Além disso, o olhar deverá não só se ater a problemas regionais mas voltar-se para a solução de questões globais como educação, água e serviços financeiros. A integração com as agendas ambientais – energia, água e reciclagem, por exemplo – avança rapidamente, especialmente nos Estados Unidos, em comparação ao que existe no Brasil.
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