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Visita a ambientes de inovação na Europa inspira busca de soluções tecnológicas para gerar impacto social positivo
Para realizar intercâmbio de experiências, networking e estudar possibilidades de cooperação, a Missão Técnica Anprotec – Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores, formada por 28 profissionais, visitou em setembro deste ano diversos ambientes de inovação na Holanda, Suécia e Rússia. O grupo também participou da 33ª Conferência Mundial da Associação Internacional de Parques Tecnológicos e Áreas de Inovação (IASP), realizada em Moscou.
A convite da Anprotec, Fernanda Bombardi, gerente-executiva do Instituto de Cidadania Empresarial (ICE) participou da Missão Técnica para conhecer ambientes tecnológicos, centros de inovação, universidades, incubadoras, aceleradoras, negócios e agentes do sistema de inovação. O objetivo foi estudar como esses centros contribuem para a solução de problemas sociais e ambientais de seus países. O ICE faz parte do quadro de associados da Anprotec.
Segundo Sheila Oliveira Pires, superintendente-executiva da Anprotec, “o objetivo da Missão foi promover a troca de experiências e aprender com o que a Europa tem feito de mais inovador no que diz respeito aos ecossistemas de inovação, incubadoras de empresas, parques tecnológicos e aceleradoras. Queremos trazer ao Brasil as melhores experiências e consolidar parcerias que nos ajudem a aperfeiçoar nosso ecossistema”, diz ela.
Entre as inovações apresentadas aos integrantes da Missão Técnica durante as visitas, Fernanda Bombardi destaca um sistema baseado em inteligência artificial para diagnóstico de dislexia e o forte impacto que a tecnologia 5G de telefonia móvel deverá ter para facilitar o acesso à internet, a conexão entre bilhões de pessoas no mundo e o avanço da mobilidade urbana proporcionado pelos veículos com direção autônoma.
Impactos do avanço tecnológico
Pouco antes de se juntar à Missão Técnica da Anprotec, Fernanda Bombardi participou da SingularityU The Nederlands Summit, em Amsterdã, na Holanda, realizada com o objetivo de disseminar o modelo de atuação da Singularity University para o desenvolvimento de tecnologias exponenciais, com foco nas áreas de inteligência artificial e robótica, biotecnologia e bioinformática, redes e sistemas computacionais, medicina e neurociência, nanotecnologia e produção digital, segurança, empreendedorismo e organizações futuras, mobilidade, energia e abundância, sociedade e ética.
O evento promoveu discussões para entender como serão as organizações do futuro, em função das mudanças que acontecerão em diferentes áreas com a expansão das fontes e do consumo de energia solar e eólica, das transformações na mobilidade urbana e nas cidades decorrentes do uso de veículos com direção autônoma e do salto gigantesco da internet das coisas.
Alguns exemplos das mudanças ainda soam como coisas de filmes de ficção científica, como a produção de carne animal “in vitro”, que hoje tem custo elevadíssimo, mas pode se tornar acessível com o desenvolvimento da tecnologia e a escala. Na verdade, a Singularity, nascida no Vale do Silício, nos EUA, se propõe a desenvolver tecnologias exponenciais que têm potencial para atingir bilhões de pessoas, resolver grandes problemas humanos e causar impacto global. Elas tendem a ser caras no início, mas seu preço diminui à medida que a tecnologia é aprimorada e ganha escala. Um bom exemplo disso são os coletores de energia solar.
Fernanda Bombardi acredita que haverá uma grande transformação global em razão do potencial dessas tecnologias e de mudanças como a economia do compartilhamento. Ela cita o exemplo da internet 5G, quase pronta para ser lançada, que pode levar a uma democratização do acesso à internet e a uma mudança radical dos padrões de produção e relação no mundo, graças à facilidade de acesso à inovação, ao conhecimento. “Boas soluções com potencial de escala podem surgir se elas forem pensadas a partir do uso da tecnologia”, afirma a gerente-executiva do ICE.
Ela cita um caso de “open innovation”, a tecnologia de produção de próteses para crianças amputadas, desenvolvida de forma aberta, com contribuições de várias pessoas. Essa tecnologia pode ser baixada na internet e utilizada para “imprimir” próteses. “Isso é mudança de modelo mental, de co-construção na ideação e desenvolvimento da solução”, observa Fernanda Bombardi. “Por um lado, o uso da tecnologia pode gerar impacto social positivo, mas por outro é muito desafiador pensar nesse tipo de solução no Brasil, onde muita gente ainda não tem acesso à internet. Além disso, os centros de pesquisa precisam ser fortalecidos com a ajuda de estratégias e políticas públicas robustas. Assim poderão desenvolver soluções competitivas e relevantes para o mercado global”, acrescenta.
A gerente do ICE, no entanto, vê esses desafios com otimismo. Para ela, algumas fronteiras vão ser rompidas pelo aumento da conectividade entre as pessoas. Lembra também que a equipe do ICE acredita fortemente no uso de soluções tecnológicas para gerar impacto social positivo. Esta é uma das oportunidades vislumbradas pelo Programa de Incubação e Aceleração de Impacto, desenvolvido em parceria com Anprotec e Sebrae que busca mobilizar incubadoras e aceleradoras, muitas delas de base tecnológica,para incorporarem negócios de impacto social em sua estratégia de atuação.