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Incubadoras da região sul ampliam estratégias para atuação com Negócios de Impacto
Entre os dias 24 e 28 de outubro, representantes do Instituto de Cidadania Empresarial (ICE) visitaram três instituições da região sul, selecionadas na primeira edição do Programa Incubação e Aceleração de Impacto: a Unitec – Unidade de Inovação e Tecnologia da Unisinos (RS), o Centro de Empreendimentos em Informática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS (RS), e a Incubadora Santos Dumont, do Parque Tecnológico Itaipu (PR).
O objetivo dessas visitas foi acompanhar o desenvolvimento dos planos de ação traçados, aprofundar o relacionamento com os gestores e agregar os professores ao Programa Academia, promovido pelo ICE. Participaram dos encontros Célia Cruz, diretora-executiva, Fernanda Bombardi, gerente-executiva, Samir Hamra, analista de Programas, e Adriana Mariano, gestora de Programas. Renata Camargo, presidente-executiva do ICE, participou da visita ao Parque Tecnológico Itaipu (PTI).
“O destaque dessas visitas foi constatar que o tema negócios de impacto já está incorporado às estratégias dessas instituições. De alguma forma, elas já apoiavam empreendimentos com esse viés, mas participar do programa fez com que elas se mobilizassem, divulgassem o tema em palestras e trabalhassem na sensibilização das pessoas”, explica Fernanda Bombardi.
A Unitec foi a primeira do roteiro, no dia 24 de outubro. Essa instituição realiza desde 2012 o Prêmio Roser, competição de empreendedorismo que visa identificar talentos empreendedores e aumentar o número de startups de base tecnológica de alto potencial que chegam à incubadora, trazendo soluções inovadoras para problemas reais. Abrange todo o estado do RS e já conta, no seu histórico, com a inscrição de mais de uma centena de projetos.
Esse ano, motivada pela ação do ICE, a Unitec adequou a premiação para incentivar o desenvolvimento de negócios com potencial social. Foram adaptados os critérios para seleção das propostas de negócios oriundos de editais, visando contemplar e avaliar aqueles com foco, direto ou indireto, no público de baixa renda.
Um dos objetivos estratégicos do Parque Tecnológico de São Leopoldo, Tecnosinos, é ser a sede do Vale da Saúde no Brasil. A meta está alinhada à vocação de desenvolver tecnologias para a área de saúde, além de energias renováveis e socioambientais. Dessa forma, a Unitec, incubadora da Unisinos, pretende prospectar e potencializar negócios de impacto social que desenvolvam tecnologias de ponta nessas áreas. Sua participação no Programa Incubação e Aceleração de Impacto tinha o objetivo de ampliar o número de negócios sociais.
“A presença da equipe do ICE mobilizou diferentes atores da universidade. Além de professores que integram o Parque Tecnológico, participaram professores de diferentes áreas, todos interessados no ecossistema de impacto social. Isso possibilitou a integração com o Programa Academia, uma das frentes do ICE”, afirma Adriana Mariano.
A implantação do plano de ação inclui capacitação direta de 16 professores do Eixo de Empreendedorismo e Inovação da Unisinos, capacitação de 100 participantes do Prêmio Roser por ano e capacitação, indireta e por semestre, de 500 alunos do Eixo de Empreendedorismo e Inovação, que são potenciais candidatos ao Prêmio Roser. O Eixo de Empreendedorismo e Inovação é uma iniciativa da Unisinos no sentido de fomentar e desenvolver a educação empreendedora. Constitui um conjunto de três disciplinas integradas, inseridas nos currículos de mais de 50% dos cursos de graduação oferecidos pela universidade, ministradas por uma equipe específica composta por 16 professores.
Ampliando vínculos
O CEI – Centro de Empreendimentos em Informática, fundado em 1996, é uma divisão especial do INF/UFRGS que atua como uma incubadora de tecnologia e oferece suporte a projetos inovadores em Tecnologia da Informação. Foi a primeira incubadora de tecnologia fundada no sul do Brasil. Considerada modelo de referência pelas agências brasileiras de avaliação, já incubou mais de 30 novas empresas de TI.
Na agenda do dia 25 de outubro, foi realizado um almoço com as cinco incubadoras vinculadas à UFRGS. “Apenas uma incubadora que faz parte do CEI participou do Programa do ICE, mas o interesse pelo tema motivou a participação das demais”, comenta Samir Hamra.
Em cinco anos, o CEI espera ser reconhecido como a incubadora líder no apoio a negócios de impacto no Rio Grande do Sul, a partir do seu portfólio de empresas graduadas geradoras de serviços ou produtos que tragam qualidade de vida à população de baixa renda. Para 2016, a meta foi iniciar a incubação de dois projetos de impacto e isso aconteceu. Um deles é na área de gestão hospitalar e o outro na de ensino adaptativo.
Nesse segundo semestre, foram promovidas palestras sobre negócios de impacto para difundir o interesse sobre o tema e mostrar a amplitude de possibilidades. E no edital de seleção de projetos, foram incluídos critérios específicos para avaliação de impacto social. Até o final de 2017, o CEI pretende consolidar um banco de oportunidades para negócios de impacto com, pelo menos, 15 projetos/ideias e graduar uma empresa derivada de projeto de impacto até 2020.
Workshop de Negócios de Impacto
No Parque Tecnológico de Itaipú, a equipe do ICE foi recebida por diretores do parque e pela diretora financeira executiva de Itaipu, Margaret Groff.
Criada em 2006 no Parque Tecnológico de Itaipu, a Incubadora Santos Dumont tem o objetivo de apoiar a geração, desenvolvimento e fixação de empresas inovadoras na região Oeste do Paraná, impactando principalmente na geração de emprego, trabalho e renda. Desde sua criação, já foram realizadas atividades de desenvolvimento empresarial para mais de 200 empreendimentos, dos quais surgiram 68 empresas com um faturamento de R$ 31 milhões. Em 2013, com a implantação do modelo CERNE e atualização da metodologia de incubação, a incorporação do tema negócios de impacto tornou-se estratégica para a incubadora, que passou a atender tanto as necessidades de startups como as empresas de perfil tradicional com potencial de inovação. Entre 2013 e 2015, foram captados 119 projetos, com 104 empreendedores capacitados em modelagem de negócio, e 10 novas empresas incubadas.
No início do ano, a Incubadora Santos Dumont participou do Programa de Incubação e Aceleração de Negócios de Impacto promovido pelo ICE. “Quando conhecemos a dinâmica dos negócios de impacto social, ficamos encantados em perceber como isso pode mudar a sociedade. Somente projetos sociais não conseguem tirar as pessoas da condição de vulnerabilidade, precisamos envolver outros setores. E essa ideia tem tudo a ver com a missão do PTI, que é a de promover o desenvolvimento sustentável”, conta a gerente da Incubadora, Angela Cristina Mensch.
Para atrair empreendedores interessados, a instituição programou a realização de oficinas e palestras voltadas para negócios de impacto como parte do processo de sensibilização. Neste sentido, o edital de 2016 foi adequado para captação de projetos, atividades e critérios específicos para desenvolvimento do tema impacto. Em paralelo, será aplicado um diagnóstico de possibilidades de inclusão da temática em empresas já incubadas.
“A Incubadora Empresarial Santos Dumont oferece suporte gerencial a novas empresas nos setores de água, energia, turismo, tecnologia da informação e comunicação, gestão e mobilidade. Facilita a interação com o meio empresarial, científico, tecnológico e financeiro, para ajudar a sua inserção, crescimento e consolidação no mercado”, afirma Angela Cristina.
No dia 28 de outubro, o ICE e a Sense Lab realizaram um workshop sobre Negócios de Impacto, voltado para empresas incubadas e em fase de incubação no parque. Entre os projetos desenvolvidos por empresas do PTI e que têm o viés de geradoras de impacto positivo, estão uma empresa que desenvolveu uma placa eletrônica programável de baixo custo para auxiliar no ensino da robótica; outra que desenvolve projetos para a correta destinação dos resíduos da construção civil; e uma que propõe soluções ambientalmente adequadas para o descarte da biomassa resultante dos biodigestores. “Grande parte dos nossos empreendedores já tem o olhar da responsabilidade social. O evento é uma forma de sensibilizar para a temática e estimular o desenvolvimento de novos negócios de impacto em nossa região”, afirma Angela Cristina.