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Empáctico define métricas de avaliação de impacto na base da pirâmide
O desafio do protótipo Empáctico era reduzir a desconexão entre as metodologias atuais de avaliação de impacto socioambiental e a percepção de valor dos empreendedores sobre elas. Para abordar essa questão, o Empáctico definiu um conjunto de métricas de avaliação de impacto socioambiental simples e acessível para negócios com foco na base da pirâmide – BoP*, com a meta de demonstrar com propriedade o impacto sobre o público-alvo e evidenciar claramente os benefícios.
Participaram do grupo Ana Sarkovas (Sistema B), Célia Cruz (ICE), Deise Hajpek (Ashoka), Felipe Bannitz (ISES), Laura Prada (Imaflora), Matheus Cardoso (Moradigna), Renata Brunetti (4Change), Ricardo Lauricella (CIES Global) e Valéria Barros (SEBRAE).
O Lab de Inovação em Finanças Sociais, iniciativa da Força Tarefa de Finanças Sociais, FTFS, representada pelo ICE-Instituto de Cidadania Empresarial e o SITAWI, em parceria com a Aoka Labs, reuniu durante seis meses lideranças de diferentes organizações para identificar oportunidades no campo e cocriar protótipos de ação colaborativa para a implementação das recomendações propostas pela FTFS.
O protótipo Empáctico foi desenvolvido em parceria com o Sistema B, organização que já tem um novo olhar para o mundo dos negócios e acredita no poder das empresas de gerar, além do lucro, impactos socioambientais positivos para toda a sociedade.
Além de melhorar a gestão e decisões estratégicas do negócio, os objetivos do Empáctico foram identificar e comunicar claramente o impacto socioambiental gerado para os stakeholders, entre eles investidores, clientes, fornecedores e empregados. “Os empreendedores de negócios BoP ainda não percebem o valor em utilizar a mensuração do seu impacto positivo como uma ferramenta estratégica para a gestão dos seus negócios. A mensuração de impacto socioambiental ainda é vista como um desafio que ao invés de agregar valor ao negócio, só traz custos de tempo e dinheiro aos empreendedores. A nossa preocupação principal foi proporcionar aos empreendedores uma ferramenta capaz de ajudá-los a desenvolver projetos e produtos viáveis para as demandas sociais identificadas”, explica Ana Sarkovas, diretora-executiva do Sistema B Brasil.
A metodologia será fundamental para o ecossistema de negócios sociais e para o empreendedor, que conseguirá usar os indicadores na estratégia de sua empresa fortalecendo sua operação e, ao mesmo tempo, gerar dados objetivos sobre os impactos produzidos pelo negócio que auxiliem na tomada de decisão de investidores e grandes compradores.
Para Ana, grandes compradores, públicos e privados, precisam conhecer a fundo os negócios dos quais estão comprando, para minimizar riscos e elevar retornos positivos de suas cadeias de valor. “Uma certificação reconhecida contribuirá para esta transparência”, afirma. Matheus Cardoso, da Moradigna e integrante do grupo Empáctico, apresentou sua visão de empreendedor na reunião final do Lab. “A ferramenta será importante não apenas para os intermediários que representam os negócios, mas principalmente para os empreendedores que poderão se envolver mais com os projetos”, afirma Cardoso.
O projeto terá quatro fases e seu custo foi orçado em R$ 150 mil, dividido em três cotas no valor de R$ 50 mil cada. O ICE está apoiando o Sistema B a buscar novos parceiros e na definição das métricas e pesos relativos ao impacto em comunidades de baixa renda.
O projeto prevê a incorporação do conjunto de métricas-piloto no B Impact Assessment, com até 10 indicadores específicos para Negócios com foco na Base da Pirâmide. A metodologia será aplicada em, no mínimo, cinco negócios, e o conjunto de métricas será finalizado com a validação do grupo de especialistas.
Além da captação de recursos, o grupo está empenhado em articular parceria com pelo menos uma universidade para programa de voluntariado de um semestre com pelo menos três estudantes universitários dedicados ao projeto. No final, o conjunto de métricas será apresentado ao Conselho de Global Standards do B Lab para inclusão na Plataforma do B Impact Assessment.
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(*) A Base da pirâmide (BoP) é um termo demográfico que representa o grupo mais pobre da sociedade. Inclui aproximadamente 4 bilhões de pessoas que vivem hoje no mundo com menos de US$ 2,50 (mais ou menos R$ 5) por dia. No Brasil, pode-se considerar que a BoP está constituída pelas 120 milhões de pessoas que pertencem às classes C, D e E, que vivem com menos de R$ 21 por dia. Pelo Critério de Classificação Econômica Brasil, da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep), a população do Brasil se divide em seis categorias: A1, A2, B1, B2, C1, C2, D, E. Segundo dados da Abep (2008), 68% das famílias brasileiras estão entre o topo da pirâmide (A1 e A2, 5% da população) e a base (D e E, 27%).