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Disciplinas sobre negócios de impacto ganham espaço nas universidades
A temática de negócios de impacto é o foco da disciplina Gestão Industrial, ministrada aos alunos do 4º ano da graduação em Engenharia de Alimentos da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (FZEA-USP), campus de Pirassununga. O objetivo é fazer com que os alunos desenvolvam projetos com uma visão social, voltados para a realidade local.
A iniciativa é da professora Vivian Lara dos Santos Silva que resolveu, em 2015, tirar os alunos da sala de aula e de sua zona de conforto. “Engenharia de Alimentos é um curso pioneiro na USP. Na sua concepção, a disciplina Gestão Industrial foi criada para unir a essência tecnológica a uma visão de mercado, envolvendo planejamento, processos, economia e marketing. A ideia evoluiu, incorporando a temática de negócios de impacto”, explica a professora Vivian.
Em 15 semanas, os 100 alunos do curso devem desenvolver projetos em campo, identificando oportunidades e necessidades que envolvam a comunidade do entorno. “Os trabalhos são apresentados para uma banca interdisciplinar por alunos entusiasmados e engajados. Eles se transformam. Além de engenheiros, tenho certeza de que estamos formando engenheiros cidadãos”, diz Vivian, que recentemente aderiu à Rede de Negócios de Impacto e Finanças Sociais, uma das frentes do Instituto de Cidadania Empresarial (ICE) junto a professores.
O modelo da disciplina de Gestão Industrial está, aos poucos, ganhando repercussão. Rubens Nunes e Fabiana Leonelli, professores do curso de Engenharia de Biossistemas da própria FZEA já demonstraram interesse em incorporar a disciplina. Uma parceria com o grupo de empreendedorismo social Enactus FZEA USP também está em andamento. O professor Fausto Makishi, graduado e pós-graduado pela FZEA-USP, está implementando uma disciplina com a mesma concepção no Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Minas Gerais (ICA-UFMG).
“A área de alimentos é um universo a ser explorado, com base na sustentabilidade e na competência em tecnologia. A disciplina é muito bem recebida pelos alunos e desperta o engajamento para uma realidade carente de soluções”, conclui Vivian.
Empreendedorismo social na FEA-RP
Em 2015, a professora Perla Calil Pongeluppe Wadhy Rebehya, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo (FEARP/USP), tomou emprestado o código da disciplina Criação de Novos Negócios para abordar, com um grupo de 15 alunos, a temática de negócios de impacto e finanças sociais. Foi o embrião da nova disciplina que entrou na grade no segundo semestre de 2016: Empreendedorismo Social e Finanças Sociais.
“A inspiração veio do Fórum de Finanças Sociais e Negócios de Impacto, realizado pelo ICE e pela VOX Capital. Me identifiquei muito com o tema e tive a oportunidade de conhecer o ecossistema na prática. Fiz contato com a professora Graziella Comini, da FEA-USP e frequentei a sua disciplina. Resolvi desenvolver a ideia na FEA-RP. Não era exatamente o mesmo escopo, porque como sou da área de Finanças, puxo mais para finanças sociais. É a única disciplina que aborda a temática de negócios de impacto no campus. O conteúdo inclui a visão tradicional e as correntes teóricas, explora negócios de impacto de maneira geral, microcrédito e algumas ferramentas de avaliação”, destaca Perla.
Cursaram a disciplina optativa 130 alunos (80 no curso noturno e 50 do diurno) e 12 intercambistas. Eram alunos dos cursos de administração, economia, contabilidade, direito, saúde, direito e até de educação física.
Na primeira edição, os alunos participaram de uma atividade em campo, desenvolvida em conjunto com a incubadora de negócios NEST. “Em 2016, o foco da disciplina foi teórico, com estudos de casos. Analisamos inclusive alguns cases divulgados no blog da Rede de Negócios de Impacto e Finanças Sociais (NIFS)”, lembra Perla.
Em 2017, a disciplina entra no mestrado de Medicina. “Vai ser diferente porque vamos analisar casos da área da saúde, além do conteúdo de negócios de impacto. Outro desdobramento são os trabalhos de três alunos inscritos no Prêmio ICE de Finanças Sociais e Negócios de Impacto”, destaca Perla.
Antes de tudo isso, contudo, Perla desenvolveu uma atividade de extensão na área de economia solidária. A Co-Labora Incubadora de Empreendimentos Solidários, fundada por ela em dezembro de 2013, foi selecionada esse ano para participar do Programa de Incubação e Aceleração de Impacto desenvolvido pelo ICE, Sebrae e Anprotec.