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Conferência da ANDE reúne organizações focadas em empreendedorismo em mercados emergentes
Financiamento para empreendimentos liderados por mulheres e para o setor agrícola, inovação, advocacy, novas abordagens para medir o impacto foram os principais temas apresentados na conferência anual da ANDE (Aspen Network of Development Entrepreneurs), que aconteceu em Leesburg, Virginia (próximo a Washington), entre os dias 25 e 27 de setembro.
A ANDE é uma organização global que atua no fortalecimento de pequenos e médios negócios (small and growing businesses – SGBs), impulsionando o empreendedorismo em mercados emergentes. Os membros da ANDE prestam serviços de apoio financeiro, educacional e empresarial críticos aos negócios em crescimento, com base na convicção de que os SGBs criarão empregos, estimularão o crescimento econômico de longo prazo e produzirão benefícios ambientais e sociais. A estratégia no Brasil, onde a rede conta com 37 membros, entre eles o Instituto de Cidadania Empresarial (ICE) é o fortalecimento do campo dos Negócios de Impacto.
O encontro reuniu mais de 250 pessoas, representantes de organizações do mundo todo onde a ANDE está presente. Atualmente, são 260 membros ativos em 150 países e um investimento de 13 bilhões de doláres. O objetivo desses encontros anuais é proporcionar momentos de troca de informações e networking entre as organizações que fomentam negócios em crescimento.
Um dos destaques da Conferência foi a apresentação do documento “State of Small & Growing Business Sector – 2016 Impact Report” que apresenta a dinâmica de crescimento do mercado de pequenos negócios nos últimos 07 anos. O documento destaca o Brasil, apresentando as tendências de investimento de impacto que estão ganhando força no país. Entre elas, a mobilização de fundações e institutos para atuarem no desenvolvimento de negócios de impacto. Cita o fundo FIIMP Fundações e Institutos de Impacto, iniciativa que reúne 22 organizações que alocaram recursos em um fundo para testar mecanismos de investimentos e desenvolver aprendizados.
Esse também foi o tema da entrevista realizada por Vivian Rubia, coordenadora de comunicação do ICE, representante da organização no evento com Rodrigo Menezes (Derraik & Menezes e Força Tarefa de Finanças Sociais).
Participação brasileira
Estiveram presentes representando o Brasil Luísa Bonin (Aliança Empreendedora), Renata Truzzi (NESsT), Henrique Bussacos (Impact Hub), Leonardo Letelier (SITAWI), Rodrigo Menezes (Derraik & Menezes), Daniel Izzo (Vox Capital) e Alexandre Azevedo (Fundo Azimut).
Palestras em plenárias, sessões paralelas e reuniões de pequenos grupos mobilizaram os participantes. Três representantes brasileiros participaram das mesas e relataram suas experiências à frente das organizações que comandam.
Daniel izzo, da Vox Capital, participou do debate sobre o tema “Everything You’ve Wanted to Know about the Impact Management Project but were Afraid to Ask”, com representantes da Global Partnerships e da Root Capital. A sessão serviu para aprofundar aspectos relacionados ao Gerenciamento de Impacto e os benefícios decorrentes da aprendizagem peer-to-peer apoiada por esta iniciativa.
O painel “Integrating SGBs into Corporate Value Chains” explorou as parcerias entre empresas, organizações não governamentais e o setor SGB. Luisa Bonin, da Aliança Empreendedora, relatou sua experiência nesse campo e destacou os desafios enfrentados para alcançar os objetivos.
Leonardo Letelier, da Sitawi, participou da mesa “SIBs and DIBs: Not just all talk”, que abordou experiências com esses mecanismos financeiros em diferentes regiões e como eles impulsionaram metas sociais.
Temas
Questão de gênero / inclusão / empreendedorismo feminino | Randall Kempner, diretor executivo da ANDE, comandou um debate sobre as barreiras que afetam as SGBs de mulheres: violência de gênero, política legal, mídia e demandas de atendimento. Citou dados de investimento de capital semente em empreendimentos liderados por mulheres e ressaltou: “A boa notícia é que aumentou muito o interesse em apoiar negócios concebidos por mulheres. A má notícia é que de 2015 a 2016 o investimento duplicou de 1% para 2%…apenas.”
Agricultura / combate à pobreza / segurança alimentar | No período 2011-2016, o setor que apresentou maior avanço em investimento foi o de agricultura. Isso se deve, em grande parte, às políticas públicas de combate à pobreza, principalmente na África. Houve uma grande movimentação no setor. Os grandes empreendimentos agrícolas predominam, mas há espaço para os pequenos, que ocupam espaço em aspectos como segurança alimentar e distribuição de alimentos.
Advocacy | Um dos objetivos da ANDE é apoiar os atores locais e os governos para fortalecer políticas públicas voltadas para negócios em crescimento. A organização trabalha para aumentar a rede de parceiros e gerar mudanças coletivas.
Sobre a ANDE
Criada em 2009, a ANDE possui mais de 260 membros ativos que operam coletivamente em mais de 150 países – 37 no Brasil. Os membros da ANDE incluem fundos de investimento sem fins lucrativos e de desenvolvimento, provedores de desenvolvimento de capacidade, instituições de pesquisa e instituições acadêmicas, instituições financeiras de desenvolvimento, fundações e corporações de todo o mundo. Com sede em Washington, DC, com vários escritórios em mercados emergentes, a equipe ANDE apoia os membros globalmente e localmente, ao mesmo tempo em que constrói ecossistemas fortes para o crescimento empresarial. A ANDE desenvolve iniciativas únicas para enfrentar desafios sistêmicos e aproveitar oportunidades que só podem ser abordadas através de ações coletivas.
No Brasil, os membros incluem fundações, universidades, aceleradores, incubadoras, fundos de investimentos, pesquisadores, agências governamentais e corporações que apoiam as SGB. A fim de estimular o crescimento do ecossistema, oferece conhecimentos especializados sobre o campo, conexões nacionais e internacionais, e incentivo a parcerias e compartilhamento de conhecimento entre os membros.