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Aceleradora NIP começa segunda turma
As periferias das cidades brasileiras são mestras em sevirologia – termo que nasce da expressão “se virar” ou “dar seus pulos”. Projetos e atividades que se desenvolvem nas “quebradas”, como geralmente são chamadas, trazem em si impacto social pelo fato de movimentarem a economia local, incentivarem o consumo e criarem oportunidades de trabalho para pessoas do território. Contudo, como em muitos outros negócios, em alguns casos carecem de ajustes nos modelos de negócios. Esses empreendimentos muitas vezes apresentam necessidades que os modelos de aceleração e incubação em atuação no país hoje não estão acostumados a enfrentar.
Durante o Fórum de Finanças Sociais e Negócios de Impacto 2018, realizado em junho deste ano, uma das trilhas de debate se estruturou em torno dos chamados negócios periféricos. Ali ecoaram vozes de atores envolvidos nesse ecossistema. “A gente era visto como beneficiário, usuário ou cliente para alguma inovação social, criada do outro lado da ponte para falar da dor que a gente vive aqui todo dia”, diz Marcelo Silva Rocha, o Dj Bola, fundador d’A Banca.
Tendo em vista a potência de impacto desse tipo de negócio, a Banca a Artemisia e a Fundação Getulio Vargas (FGVCenn) se uniram e criaram a Aceleradora de Negócios de Impacto da Periferia (NIP). A proposta parte do pressuposto de que uma nova geração de negócios de impacto social só será efetiva se a população das periferias brasileiras for protagonista dos empreendimentos que solucionem seus problemas sociais. Em muitas comunidades Brasil adentro, pipocam empreendedores com ideias e soluções de alto potencial socioambiental, que, com suporte adequado, podem escalar e impactar positivamente milhares de pessoas.
O primeiro programa da Aceleradora NIP aconteceu no primeiro semestre de 2018. Cinco iniciativas foram selecionadas dentre 51 inscritas, e receberam até R$ 20.000 em capital-semente: Selo Povo, Jovens Hackers, Empreende Aí, Boutique de Krioula e Ecoativa. Uma nova turma já foi selecionada e começou a aceleração em agosto: Bio Afetiva, Bora Lá, Gastronomia Periférica, Nutrir-Si e Periferia em Movimento. Essas iniciativas foram selecionadas entre um número ainda maior do que na edição anterior: 62 inscrições. A adesão, em ambas as edições, superou as expectativas.
“Isso prova e reafirma o que há dez anos a Banca vem trazendo para dentro do ecossistema de negócios de impacto: que tem muito potencial e muito a ser desenvolvido dentro das periferias”, diz Dj Bola. “Aqui na quebrada tem uma variedade entre organizações da sociedade civil coletivas e microempreendedores que estão fazendo a transição para o conceito de negócios de impacto. Muitos deles já têm ações que causam impacto, porém têm fragilidade no quesito negócio.”
Além disso, Bola destaca o desafio de disseminar o conceito de negócio de impacto e trazer mais gente para o ecossistema: “A narrativa tem que ser adaptada, não dá para falar de Canvas, Teoria U, Design Thinking, entre outras metodologias para provocar inovação, se elas não têm uma adaptação e uma linguagem mais assertiva para os negócios que estão na quebrada. Uma linguagem mais simples para apresentar os conteúdos que essas metodologias trazem”.
A metodologia da Aceleradora NIP inclui encontros presenciais a cada 15 dias, acompanhamento no espaço do empreendedor uma vez por mês, reuniões pela internet, workshops em conjunto com empreendedores acelerados pela Artemisia para promover a interação entre realidades distintas e aprendizado mútuo, mentoria virtual e fechamento com Pitch na FGV e/ou no Fórum NIP com convidados externos. Depois de quatro meses de aceleração, os negócios passam a ser acompanhados pelo mentor por seis meses. Aqueles que elaborarem um bom plano de ação podem receber capital semente de até R$ 20.000.
A Aceleradora NIP conta com patrocínio de organizações como Fundação Via Varejo, Fundação Telefônica, Mov Investimento, Fundação ARYMAX, Fundação Vedacit, Instituto de Cidadania Empresarial (ICE) e Fundação Lemann.