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FIIMP 2 busca investimento e aprendizado conjunto sobre negócios de impacto social
Inspirado em experiência homônima de 2017, grupo vai criar fundo para investir em negócios de impacto e aprender sobre instrumentos financeiros.
Quais são os melhores caminhos para institutos e fundações investirem em negócios de impacto socioambiental? Quais cuidados devem ser tomados? Como é possível monitorar o impacto social dos investimentos? Esses são alguns dos inúmeros questionamentos sobre negócios de impacto social que motivaram a criação do FIIMP – Fundações e Institutos de Impacto.
Criado em 2016 durante o Lab de Inovação em Finanças Sociais realizado pela Força Tarefa Brasileira de Finanças Sociais – atual Aliança pelos Investimentos e Negócios de Impacto -, o FIIMP reuniu, durante 2017 e 2018, 22 organizações entre fundações e institutos familiares, empresariais e independentes para pensar e experimentar conjuntamente diferentes formas de investimentos em negócios de impacto a partir de uma variedade de mecanismos financeiros.
Investimento no FIIMP 1
Para direcionar um percentual de seus investimentos e doações ao desenvolvimento do campo das finanças sociais e negócios de impacto, as organizações do FIIMP 1 criaram um fundo de R$ 737 mil.
Os recursos foram utilizados para apoiar seis negócios de impacto – ASID, Mais 60 Saúde, Pano Social, Vivenda, Acreditar e Flávia Aranha – por meio de parcerias com três organizações intermediárias: SITAWI Finanças do Bem, Din4mo Ventures e Bemtevi. Cada intermediário investiu em um negócio de impacto de área diferente usando três instrumentos financeiros.
Fábio Deboni, gerente executivo do Instituto Sabin, uma das organizações envolvidas no FIIMP 1, destaca alguns aprendizados da caminhada. “As organizações puderam desapegar um pouco da agenda institucional. No FIIMP, nós não necessariamente vamos conseguir fazer ligação do que vai ser trabalhado lá com os nossos temas. Um segundo ponto foi a diminuição de riscos porque se cada um for fazer toda essa operação sozinho, vai ser muito mais difícil aprovar internamente na sua organização. Como terceiro aprendizado, eu acredito que uma tendência do investimento social é o coinvestimento, a atuação em rede, essa mentalidade de aprender juntos.”
O gerente ressalta que, por se tratar de um tema novo, ainda com muitas travas e receio por parte de diversas organizações, a atuação conjunta – um dos objetivos desde a criação do grupo – foi fundamental. “Ainda existem várias barreiras sobre o tema [de negócios de impacto]. Mas, quando fazemos [o investimento] de forma coletiva, é mais fácil para cada organização aprovar internamente e ter adesão de sua equipe porque dessa forma ela não estará expondo sua marca sozinha, e sim com seus pares.”
A experiência de investir conjuntamente deu tão certo que algumas instituições participantes do primeiro grupo decidiram realizar uma nova rodada de investimentos para que outros atores pudessem ter a chance de conhecer mais opções quando o assunto é investimento de impacto.
Novas oportunidades com o FIIMP 2
Um workshop para tirar a ideia do FIIMP 2 do papel e mobilizar outros atores do campo para essa nova fase foi realizado em novembro de 2018. Entre os novos objetivos da iniciativa estão: gerar mais conhecimento, agregar mais segurança para que fundações e institutos tenham um papel relevante no investimento social em negócios de impacto e trazer diversidade regional para o portfólio de negócios.
O número de organizações no FIIMP 2 também vai ser maior: de 22, a meta passa a ser 30. Algumas organizações que participaram do FIIMP 1 seguem nessa segunda rodada, como o Instituto Sabin, de maneira a dar suporte aos novos membros. Um deles é o Instituto Humanize, que identificou no FIIMP 2 uma conexão direta seu programa de Empreendedorismo e Negócios de Impacto Socioambiental (NISA).
Marcia Côrtes, gerente de sustentabilidade do Humanize, explica: “Nossa estratégia visa fomentar o ambiente de NISA para que iniciativas relacionadas ao tema sejam estimuladas no país por meio de regulação adequada, instrumentos financeiros inovadores, educação empreendedora, informação, articulação e aceleração de novas iniciativas que tenham em comum fortalecer o setor de investimento de impacto focado em cadeias produtivas da sociobiodiversidade.”
Expectativas e investimentos
Marcia aponta que o aprendizado em rede, busca por conhecimento, troca de informações e conteúdo, além de novas conexões com o ambiente de impacto socioambiental são expectativas do Instituto Humanize em relação ao FIIMP 2. Além disso, a gerente de sustentabilidade ressalta que o fortalecimento do campo de negócios de impacto por meio do trabalho em rede e em parcerias faz parte da visão estratégica do Instituto Humanize.
“Não fazemos nada sozinhos. Além do coinvestimento, acreditamos em alianças estratégicas com atores do sistema que possuam a visão de apoiar e fortalecer iniciativas voltadas para as cadeias da sociobiodiversidade. Dessa forma, o potencial de impacto gerado pode ser escalado e feito de forma mais efetiva”, explica.
No FIIMP 2 cada membro deverá contribuir com R$ 60 mil para formar um fundo de investimento de R$ 1,8 milhão, mais que o dobro dos R$ 700 mil levantados no FIIMP 1. Com o aumento de recursos disponíveis, também amplia-se a possibilidade de investimento, com a seleção de mais negócios de impacto. Segundo Fábio Deboni, gerente executivo do Instituto Sabin, é um desejo do novo grupo atuar com negócios de impacto periféricos, em diferentes regiões do Brasil e com recortes temáticos mais específicos, como gênero.
Uma nova abordagem em relação aos intermediários também estará no FIIMP 2. Se no FIIMP 1 foram três organizações parceiras, a ideia para o 2 é aumentar esse número e mudar a forma como os recursos do fundo são distribuídos.
Fábio explica que, enquanto no FIIMP 1 os recursos repassados a cada intermediário iam direto para os negócios na forma de investimento, no FIIMP 2 metade da quantia que o intermediário receber fica retida para ele, como forma de fortalecer seu trabalho.
Quer conhecer mais sobre os aprendizados do FIIMP 1? Acesse Guia FIIMP – Nossa jornada de aprendizado em Finanças Sociais e Negócios de Impacto – para institutos e fundações que desejam apoiar e investir nesse novo ecossistema.