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ICE e Impactix dão continuidade à formação das famílias do FORImpact
Doze famílias e seus family offices refletem sobre sua participação, aprendizado e co-investimento em seis negócios de impacto. Demanda do grupo sobre oportunidades de investimento de impacto, deu origem à publicação sobre instrumentos financeiros de impacto.
Fevereiro de 2019 marcou a realização de mais um encontro do FORImpact – Family Offices de Impacto. Seguindo a recomendação número 1 da Aliança pelos Investimentos e Negócios de Impacto – que trata do estímulo ao direcionamento dos investimentos por parte de indivíduos de alta renda para fundos e produtos de impacto -, ICE e Impactix convidaram um grupo de famílias em 2018 para formar um espaço de aprendizado e, de forma conjunta, investir em negócios de impacto experimentando o uso de diferentes instrumentos financeiros.
Ao todo, 12 famílias – Baumgart, Brunetti Figueredo, Camargo Nascimento, Castro Andrade, Galvani, Lara, Moraes, Pipponzi, Setubal, Souza Oliveira, Vidigal Gonçalves e Zaher – se comprometeram a fazer co-investimento direto em negócios de impacto socioambiental, através de seus family offices – estruturas de gestão de patrimônio familiar, além de acompanharem as métricas e os resultados. ICE e Impactix estruturam este processo para gerar conhecimento sistematizado para outros family offices, ao mesmo tempo que buscam fomentar mais intermediários trabalhando para conectar famílias com esses empreendimentos de impacto.
Durante seis encontros em 2018, o grupo participou de formações para se apropriar do conceito de impacto, com palestrantes nacionais e internacionais, como Justin Rockefeller da The Impact; conheceu 19 negócios pré-selecionados pela Chamada ICE-BID aptos a receber investimento; e decidiram em conjunto sobre seu novo portfólio de impacto, hoje com 6 negócios que vão apoiar nos próximos anos. Célia Cruz, diretora executiva do ICE, explica que, no grupo, todos têm algo a aprender e com o quê contribuir. “O grupo passou por um processo de aprendizagem, discussão e reflexão para qualificar o investimento (empréstimo e crowdequity) de R$ 1,2 milhões em seis negócios de impacto. Serão pelo menos dois anos de acompanhamento mais direto, e uma caminhada de pelo menos cinco anos, que é o prazo entre carência e repagamento dos empréstimos pelos negócios apoiados.”
Segundo Célia, para fechar um portfolio rico em aprendizado, ICE e Impactix construíram uma metodologia que levasse o grupo não ao consenso das 12 famílias, mas ao consentimento de uma diversidade pelo aprendizado. Como resultado, o portfolio FORImpact tem diferentes causas, como educação e saúde, negócios com clientes bem diversos como governo (B2G) ou populações de baixa renda (B2C), e que estão tanto na zona rural como em áreas urbanas de diferentes regiões do Brasil. “É preciso valorizar a disponibilidade destas famílias, financeira, de tempo e de estudo, para aprender e investir neste novo campo, quebrando modelos mentais de suas famílias para conseguir impacto socioambiental ao mesmo tempo que uma performance financeira”, observa ela.
Mapeamento
As reuniões de 2018 geraram aprendizados, conquistas e também demandas por parte do grupo. Segundo Célia, muitos investidores queriam saber quais produtos financeiros para investimento de impacto estão disponíveis no mercado. Como resposta, a Aliança pelos Investimentos e Negócios de Impacto, em parceria com o ICE e Impactix, produziu a publicação Produtos Financeiros de Impacto Socioambiental – Oportunidades para Investidores. Em quarenta páginas, são apresentadas dezoito oportunidades para alocação de capital para impacto mapeadas até o presente momento. A ideia é que o documento seja atualizado à medida que surgirem novos instrumentos financeiros.
Carolina Aranha, da Impactix, observa que “Dentro de um espectro mais amplo de classes de ativos, ainda temos um longo caminho a percorrer no Brasil com relação à diversidade de ofertas de investimentos de impacto socioambiental. Por isso trabalhamos fortemente para incentivar as famílias a investirem e demandarem mais produtos com esse viés para as instituições financeiras. Assim, quando falamos da migração de portfólio de investimentos para impacto, teremos mais opções para investidores de todos os portes”.
O mapeamento apresenta alternativas de investimento de impacto – como os fundos de impacto, investimento direto via redes e plataformas, títulos de renda fixa e oferta de produtos de impacto via distribuidores – e está disponível para todos os interessados no tema no site da Aliança pelo Impacto. Acesse aqui.
Aprendizados no caminho
O oitavo encontro do FORImpact aconteceu no dia 13 de fevereiro deste ano e, na ocasião, Carolina Aranha (Impactix) facilitou a apresentação do mapeamento às famílias em um diálogo com a participação de doze representantes dos instrumentos citados no material. “Foi importante reunir os atores dos maiores fundos de impacto do mercado na mesma sala para que os investidores pudessem entender melhor as respectivas teses de investimento, resultados, medição de impacto e monitoramento desses negócios. Assim esperamos facilitar o processo de alocação de capital e fomentar ainda mais essas opções de investimentos.” ressalta Carolina.
Destacamos a fala de alguns dos participantes, das famílias ou de seus family offices, sobre sua experiência de participar do investimento e aprendizado conjunto proposto.
Karin Baumgart Srougi, coordenadora do comitê de sustentabilidade do Grupo Baumgart, explica que a participação no FORImpact foi estratégica, pois a família está em um momento de transição: saindo da operação dos negócios e passando a integrar os conselhos. “Estamos montando o nosso family office e não considerávamos o investimento de impacto. Com o FORImpact, começamos a pensar: por que não investir em negócios de impacto? Esse processo está sendo interessante porque estamos conhecendo melhor e desmistificando o tema.” Envolver a família toda no processo também foi um ponto positivo, segundo ela, assim como a troca e aprendizado com outras famílias.
Mariana Pinhão, sócia do escritório Pinhão e Koiffman Advogados que atende à família Baumgart, explica que nas reuniões aprendeu que há alternativas à filantropia para ajudar a melhorar a sociedade. “Participar do FORImpact me ensinou que não precisamos separar o que é investimento e o que é ação de impacto socioambiental. É maravilhoso perceber que podemos investir nosso capital para obter resultados e lucros e ainda com impacto socioambiental positivo.”
A advogada ressalta ainda que os encontros ajudaram a mudar a percepção de todos os participantes, que passaram a compreender melhor o tema. “É muito interessante testemunhar a mudança no olhar dos membros do family office. Um olhar desconfiado a princípio passou a ser empolgado a seguir e consciente e mais maduro conforme fomos percorrendo as etapas de formação, fóruns e encontros.”
Fernando Pedó, do family office TCA que atende a família Zaher, destaca que um dos fatores pelo qual a experiência do FORImpact tem sido positiva é o entusiasmo demonstrado pelas famílias, que contribuem com diferentes olhares nas questões analisadas. “A experiência tem sido incrível tanto na atuação com as equipes de trabalho como no compartilhamento desse aprendizado dentro do núcleo familiar Zaher. Um aprendizado importante foi a sedimentação do tripé negócio gerador de resultados financeiros – ou seja, que consiga se perpetuar -, bem como a questão do impacto e da sustentabilidade.”