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Prêmio Jornalista de Impacto reconhece boas iniciativas de comunicação sobre Investimentos e Negócios de Impacto
Chamada recebeu 86 inscrições das cinco regiões do país nas categorias texto, audiovisual, iniciativas inovadoras e iniciativas em contextos periféricos e comunitários.
Reconhecer boas práticas de comunicação é importante em todos os setores. Quando o assunto é Investimentos e Negócios de Impacto, a geração de pautas positivas, reportagens sobre o tema e outras iniciativas contribuem para elevar a qualidade da cobertura midiática e ajuda a disseminar o tema, ampliando seu entendimento e seus públicos.
Para valorizar ações desse tipo foi criado o Prêmio Jornalista de Impacto que, em sua primeira edição, reconheceu o trabalho de 16 finalistas e premiou quatro profissionais nas categorias texto, audiovisual, iniciativas inovadoras e iniciativas em contextos periféricos.
Promovido pela ponteAponte (pAp) e pela Faculdade Cásper Líbero com apoio da Aliança pelos Investimentos e Negócios de Impacto e parceria do Instituto de Cidadania Empresarial (ICE), BID-Lab, Instituto Vedacit, British Council, Itaú e p&b Comunicação, o Prêmio recebeu 86 inscrições de 32 cidades, representando 14 estados e as cinco regiões do Brasil.
Durante a cerimônia de entrega dos reconhecimentos, realizada no dia 26 de março na Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo, Diogo Quitério, gestor de programas do ICE, fez uma exposição sobre diversos pontos que ainda geram dúvidas quando o assunto é investimento e negócios de impacto. A presença da figura de um investidor é um deles. “É preciso reconhecer a chegada de um novo capital intelectual, humano, técnico e financeiro que irá atuar em torno de desafios sociais. Esse investidor irá somar com o governo e a filantropia, por exemplo, e não substituí-los, possibilitando saltos significativos”, afirma Diogo.
Vanessa Prata, cofundadora da ponteAponte, ressalta que o prêmio valoriza também o diálogo com outros setores e atores, e estabelecimento de pontes entre, por exemplo, os jornalistas que contam as histórias e os empreendedores. “Mesmo não sendo algo tão novo, ainda existem dúvidas sobre investimentos e negócios de impacto. Por isso, é importante comunicar corretamente, para ter mais divulgação sobre o assunto e para que a sociedade possa compreendê-lo melhor. Quanto mais comunicação, haverá mais promoção e fomento de negócios sociais e organizações que atuam com impacto”, explica.
O evento de premiação contou ainda com a participação de representantes de iniciativas e negócios de impacto social. Gustavo Fuga, da 4YOU2, contou como sua história de vida o levou a criar uma empresa que oferece aulas de inglês com professores estrangeiros em regiões periféricas e com mensalidades reduzidas. Jessica Moreira, por sua vez, apresentou as motivações que a levaram, como mulher negra, a participar da criação do coletivo jornalístico Nós, Mulheres da Periferia – iniciativa em São Paulo que reúne jornalistas de diferentes regiões da cidade.
Reconhecimento
Para participar da chamada, as produções jornalísticas deveriam ter sido veiculadas entre janeiro de 2018 e janeiro de 2019 e se encaixar em quatro categorias: Texto, Audiovisual, Iniciativas inovadoras e Iniciativas em contextos periféricos/iniciativas comunitárias.
As produções foram avaliadas por dez profissionais da área de comunicação e do ecossistema de investimentos e negócios de impacto. Os quesitos considerados foram qualidade técnica da reportagem ou iniciativa, abordagem inovadora do tema, amplitude, alcance e engajamento gerado a partir da produção. O participante reconhecido em cada categoria recebeu R$ 3.500,00. Os finalistas de fora de São Paulo viajaram a convite do Prêmio para participar da cerimônia.
Na categoria Texto, que abrangia reportagens em jornais e revistas impressos ou online, o destaque foi dado a Marcelo Moura, da revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios (PEGN). Na reportagem “30 negócios que fazem bem ao país”, o jornalista, atualmente editor da Época Negócios e da PEGN, compôs uma matéria que conta a história de empreendedores que desenvolveram suas soluções pautados pelos principais problemas do Brasil e as organizações que dão suporte e investem nesses negócios.
Para Marcelo, a premiação foi uma oportunidade de conhecer o trabalho de colegas de imprensa, além de valorizar os personagens retratados nas reportagens e as equipes que possibilitaram sua realização. “Foi uma celebração muito bonita de um assunto que precisa ser tangível. É uma premiação simbólica, que busca o engajamento. Nós assistimos expoentes do tema falando sobre isso. Foi uma experiência muito rica inclusive para quem não estava concorrendo. Vários estudantes de jornalismo estavam presentes, além de inúmeros responsáveis por iniciativas de impacto social. Se realmente não for criada uma malha para falar desse assunto, o setor permanecerá disperso, em iniciativas individuais, quando é a hora de termos iniciativas mais coordenadas.”
A categoria Audiovisual destinou-se a reportagens para veículos na internet, rádio ou TV. Nesse quesito, a premiada foi Jussi Maria, que idealizou e produziu uma série de reportagens sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) no telejornal Hora 1 da TV Globo. A quarta reportagem da série apresentou ao público exemplos de empresas que apostam na sustentabilidade para gerar lucro, além de benefícios do investimento por parte das empresas em investir em boas práticas socioambientais.
A jornalista e produtora do programa afirma que o movimento do Prêmio de reconhecer produções que falam sobre projetos capazes de provocar mudanças sociais é uma forma de fazer com que cada vez mais pessoas saibam e apoiem essas iniciativas. “Quanto mais gente souber dessas ações, seja de empresas, indivíduos, governos ou da sociedade civil, mais pessoas poderão se inspirar e se engajar com as causas e propor mudanças. E para aqueles que precisam dessas iniciativas de impacto em suas vidas, é muito bom saber que elas existem para que possam se beneficiar, então a comunicação tem um papel muito importante.”
Da categoria Iniciativas inovadoras puderam participar plataformas e editorias especializadas em Investimentos e Negócios de Impacto, eventos de disseminação do tema, parcerias entre empresas para incentivar a disseminação do assunto, entre outras. A jornalista Eliane Trindade recebeu o prêmio pela editoria Empreendedor Social do jornal Folha de S.Paulo, que conta com a parceria da Fundação Schwab.
Desde sua criação em 2005, a iniciativa expandiu sua abrangência e hoje é responsável pela Rede Folha de Empreendedores Socioambientais – que conta com mais de cem profissionais finalistas do concurso -, pelos eventos Diálogos Transformadores e pelo Festival de Inovação e Impacto Social (Fiis). “Esse prêmio veio para mostrar a importância de reportagens que abordam iniciativas ou ações que estão contribuindo para a evolução do campo de negócios de impacto no Brasil. Assim como o prêmio Investidores de Impacto reconhece empreendedores sociais, o objetivo do prêmio Jornalistas de Impacto é o mesmo: dar visibilidade, fazer com que o tema cresça de importância e tenha mais espaço para ser discutido, fortalecendo o campo”, afirma a jornalista.
Por fim, a quarta categoria, Iniciativas em contextos periféricos e iniciativas comunitários, foi destinada a jornalistas e grupos com produções de texto, audiovisual ou ações de comunicação em comunidades e territórios em contextos periféricos. O repórter Giacomo Vicenzo foi o premiado com a reportagem “CEOs da Quebrada”, numa parceria entre a Agência de Notícias Énois e UOL TAB.
No formato já conhecido de grande reportagem multimídia com vídeos e fotos, o jornalista conta a história de empreendedores das periferias de grandes cidades, como Brasilândia e Heliópolis, que decidiram mudar suas realidades com a oferta de serviços que antes não existiam nessas regiões. “Nós vivemos em um país onde há um ciclo de desigualdades não só econômicas, mas também de impactos no meio ambiente e diferenças entre locais e territórios. [Investimentos e negócios de impacto] precisam ser falados e ter uma entidade que premia quem fala desses assuntos é uma forma de credibilizar ainda mais quem está de fato se importando com isso”, comenta Giacomo, ele próprio cria da periferia e parceiro frequente da Énois, que também é uma Escola de Jornalismo para jovens entre 17 e 21 anos.
Publicação e próximos passos
A publicação “Prêmio Jornalista de Impacto: Por mais desafios superados, por mais impacto. Por mais gente escrevendo sobre um lugar melhor” apresenta detalhes dos 16 trabalhos incluindo um breve perfil do responsável pela iniciativa, ficha técnica e links para as produções. O download do livreto pode ser realizado no site do Prêmio.
A cerimônia também foi palco de dois anúncios. Um deles é a criação de um grupo em rede social para conectar os finalistas da premiação. Vanessa Prata explica que trata-se de uma iniciativa para fomentar uma rede de jornalistas de impacto e organizar eventos e trocas entre os profissionais durante o ano. A segunda notícia foi a confirmação da segunda edição do Prêmio, a ser lançada ainda em 2019 com apoio da Aliança pelo Impacto, ICE e British Council.
Foto: Mariana Cavalcanti/Faculdade Cásper Líbero