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ICE celebra 20 anos reafirmando e estendendo compromisso com o ecossistema de impacto até 2024
Associados, parceiros e atores do ecossistema de impacto participaram de evento em torno das reflexões do especialista Lester Salomon (Universidade Johns Hopkins) sobre filantropia, investimento social privado e impacto.
Uma noite para recordar a história do ICE e celebrar o caminho adiante olhando para o crescimento do campo dos investimentos e negócios de impacto no Brasil. O evento de celebração dos 20 anos do ICE teve lugar no primeiro dia do 4º Encontro Nacional do Programa Academia, realizado entre 8 e 10 de maio.
Com a presença de Lester Salomon, professor na Universidade Johns Hopkins e diretor do Centro de Estudos da Sociedade Civil no Instituto Johns Hopkins para Estudos Políticos, o evento reuniu associados, parceiros e atores do ecossistema de impacto em torno de reflexões sobre as fronteiras entre a filantropia e os ecossistemas de organizações da sociedade civil e negócios de impacto. O especialista também participou da sessão de abertura do Encontro pela manhã.
“É uma grande alegria estar aqui. É incrível ver uma organização inovadora como o ICE atuando há 20 anos. Por isso, saúdo a todos e agradeço a oportunidade. Espero que vocês sejam líderes de uma nova forma de exercer a filantropia nos próximos 20 anos”, celebrou o estudioso.
A partir da exposição das grandes tendências do setor filantrópico, Lester se voltou aos investidores presentes na ocasião com o intuito de motivá-los a diversificar seus investimentos. Autor de estudos pioneiros sobre o Terceiro Setor, o especialista mergulhou no campo da filantropia em seu último livro New Frontiers of Philanthropy: A Guide to the New Tools and Actors Reshaping Global Philanthropy and Social Investing (Novas Fronteiras da Filantropia: Um Guia para as Novas Ferramentas e Atores Remodelando a Filantropia Global e o Investimento Social, em tradução livre).
“O que tenho observado em nosso setor ao redor do mundo é que nós sempre tivemos muitas ideias sobre como atuar, mas não tínhamos muitos dados disponíveis. Quando começamos a gerar dados, percebemos como algumas certezas estavam erradas”, observou Lester.
O estudioso destacou ainda a necessidade de pensar novas abordagens para o setor filantrópico a fim aproximá-lo do campo dos negócios de impacto, com o qual ainda não contribui como poderia. E apontou como janela de oportunidade para isso o que ele chama de Big Bang.
“Hoje vivemos uma explosão de atores ao redor do mundo no campo da filantropia. Mas não sabemos com clareza o que esses filantropos estão fazendo, onde estão investindo. Em contrapartida, estamos vendo formas não-tradicionais de filantropia se fortalecendo, para além das heranças, das fundações e do dinheiro. É um novo paradigma emergindo. Estamos falando de novas formas de mobilizar recursos, como múltiplos fundos de investimento, novos instrumentos financeiros, com foco não apenas em organizações da sociedade civil, mas também em negócios sociais que podem oferecer retorno social e financeiro de forma objetiva. Temos novos atores e modelos mentais e novas tecnologias disponíveis. Estamos em uma nova arena econômica. Um tempo para novas parcerias, habilidades e propósitos para boas ações.”
Dario Guarita, associado do ICE e presidente do Conselho Curador da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, aproximou o cenário apresentado por Lester do contexto brasileiro ao compartilhar a experiência da organização com novos instrumentos e formas de investir. “Temos adotado essa prática de diversificação de investimentos, combinando capital, fazendo empréstimo tradicional e também aquele para o qual não se espera retorno. E parte dos investimentos é em negócios que desejam atuar em nossa causa, a primeira infância”, contou.
É possível criar impacto positivo e ter retorno
Uma das representantes da nova geração de associados e membro do conselho deliberativo do ICE, Luísa Camargo Nascimento, comentou sua trajetória como investidora e o foco no apoio ao desenvolvimento do ecossistema. “Em toda nossa atuação procuramos impactos sociais e ambientais mensuráveis. Entendemos que esse campo é novo, arriscado, mas mesmo assim apostamos nele e queremos o retorno financeiro no longo prazo. É possível aliar retorno financeiro com impacto social. Para nós, ambos têm o mesmo peso e importância”, observou.
ICE reafirma e estende compromisso com o ecossistema de impacto
Durante o evento, Renata Nascimento, uma das fundadoras e atual diretora presidente do ICE, lembrou que inovação social para o Instituto é mais que um termo. “É a nossa forma de identificar estratégias e conceitos que podem fortalecer a sociedade civil no Brasil, sempre buscando escalar o impacto desejado por meio de soluções para problemas socioambientais de nosso país.”
Na ocasião, a diretora anunciou a permanência do ICE na agenda de fortalecimento do ecossistema de investimentos e negócios de impacto até 2024. “Começamos a atuar nesse campo em 2012. Avaliando nossas contribuições até aqui e as frentes onde podemos todavia colaborar, decidimos manter o foco estratégico para além do previsto inicialmente, que era 2020. Sabemos que um ecossistema para ser forte precisa de muitos e de um trabalho permanente e colaborativo. Por isso, convidamos todos a continuar engajados e disseminar a agenda dos investimentos e negócios de impacto.”