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Comitiva brasileira se destaca no GSG Impact Summit 2019
Primeira edição do evento na América Latina mobilizou ICE e outros atores para discussão sobre os rumos da agenda de impacto no nível global.
A delegação brasileira formada por quase 50 pessoas, representando em torno de 30 organizações, marcou presença no GSG Impact Summit 2019. O Instituto de Cidadania Empresarial (ICE) e Aliança pelos Investimentos e Negócios de Impacto lideraram a articulação da comitiva, composta por atores representativos do ecossistema brasileiro de investimentos e negócios de impacto.
Fundado em 2015 no Reino Unido, o Global Steering Group for Impact Investment (GSG) atua em parceria com organizações e redes locais para fomentar o ecossistema global de investimentos e negócios de impacto. Considerado o principal evento internacional da área de negócios de impacto social e ambiental, o GSG Impact Summit é uma das frentes dessa atuação. Anualmente, o evento reúne centenas de investidores, gestores de fundos, gestores públicos, líderes de impacto, empreendedores e outros atores de diversos países.
A edição deste ano, realizada pela primeira vez na América Latina, aconteceu nos dias 18 e 19 de novembro, em Buenos Aires, na Argentina, e abordou os alicerces da nova economia de impacto e oportunidades para empresas, investidores, governos e consumidores. Os debates se deram em torno de conceitos como economia linear e circular, economia verde e azul, nova visão de aplicação de recursos de filantropia e modelos de negócios com propósito e baseados em valores.
“Foi uma grande celebração do tema globalmente, e também um marco para o ecossistema regional por ter sido o primeiro evento realizado na América Latina. Cerca de 450 pessoas participaram, representando mais de 40 países. O brasil teve maior delegação estrangeira com mais de 45 pessoas, sete palestrantes, além do prêmio na categoria “empreendedor do ano” dado a Thomaz Srougi, fundador do Dr. Consulta”, comemora Debora Souza Batista, analista de programas do ICE.
A palavra-chave da edição desse ano do GSG Impact Summit foi ‘unstoppable’ (impossível de parar, em tradução livre). O movimento de impacto já não é mais uma tendência, mas uma realidade.
Para a analista, a conexão do GSG com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foi um dos destaques do evento, com a assinatura da parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). A pauta também esteve presente no debate sobre como a filantropia pode apoiar o campo dos investimentos e negócios de impacto na direção de tornar a agenda de impacto um padrão dos investimentos no mundo e, com isso, contribuir com o alcance da agenda de desenvolvimento sustentável.
Debora mencionou ainda a entrega de toolkits do GSG aos National Advisory Board (NABs) – no Brasil, representado pela Aliança pelos Investimentos e Negócios de Impacto – para a capacitação e preparação dos países para o que está sendo chamado de ‘revolução do impacto’. Como promover uma comunicação mais assertiva, como atrair as grandes empresas e mensuração de impacto são alguns dos temas abordados pelo material.
O papel dos governos na agenda de impacto
Célia Cruz, diretora executiva do ICE, destaca a apresentação realizada pelo ministro de Londres e ministro de Estado da Irlanda do Norte, Nick Hurd, que aponta para a importância da inovação dentro da gestão pública, com testes e escalonamento de soluções. Para a diretora, foi bastante positivo ter a presença de representantes governamentais para debater os diversos desafios do campo. “A discussão sobre uma arquitetura global para investimentos de impacto só pode ser feita com governos e regulação”, defende.
Essa ênfase ao papel e à importância dos governos no fortalecimento e expansão do setor também foi percebida por Lucas Ramalho Maciel, coordenador da Estratégia Nacional de Investimentos e Negócios de Impacto (Enimpacto) no Ministério da Economia – que integrou a delegação brasileira presente no evento. Apesar de não ser voltado ao poder público, o Fórum garantiu sua presença nos espaços de debate, o que para o gestor público é motivo de celebração.
“O episódio durante o GSG Summit mais sintomático sobre a relevância de governos para a agenda de impacto foi uma mesa da qual eu participei cujo tema era a importância e o papel das cadeias de valor de grandes empresas para o fomento a negócios de impacto na qual o que mais se debateu foi o papel dos governos nessa relação”, observa.
Impacto em números
Lançada durante o evento, a publicação Impact Weighted Financial Accounts: The Missing Piece for an Impact Economy é uma iniciativa encampada pelo GSG e pelo Impact Management Project e realizada pela Harvard Business School que há cerca de dois anos reúne pessoas e organizações ao redor do mundo para se debruçar sobre o tema da mensuração financeira de impacto. O documento apresenta as principais ideias do grupo sobre o assunto, além de um plano de trabalho para os próximos dois anos para a construção de um modelo de contabilidade voltado para o impacto, de modo que seja possível que os negócios consigam quantificar esse impacto.
Para Beto Scretas, consultor do ICE, a iniciativa é considerada revolucionária do ponto de vista da mudança de paradigma que propõe para a jornada de mensuração de impacto nas finanças dos negócios.
“A ideia é agregar a dimensão do impacto à equação dos investimentos, que já contabilizam retorno e risco. A ferramenta deve destravar muitos recursos para a agenda de impacto trazendo mais transparência para os relatórios financeiros das empresas e gerando mais confiança por parte do investidor”, explica.