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Em visita ao Brasil, CEO do Big Society Capital apresenta estratégias de impacto do Reino Unido
Cliff Prior, CEO do primeiro banco social de atacado do mundo , participou de encontro realizado pelo ICE em São Paulo.
A comunidade global vem superando inúmeras questões sociais. A queda da extrema pobreza e da mortalidade infantil e a ampliação da educação básica e do letramento foram alguns exemplos usados por Cliff Prior. O gap de financiamento necessário para alcançar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), é um dos principais desafios contemporâneos.
A reflexão do CEO do Big Society Capital – primeiro banco social de atacado do mundo, com patrimônio de 1 bilhão de libras – foi feita durante encontro intitulado “Como um grande banco social está mudando o jogo dos investimentos de impacto no Reino Unido?”. Promovido por Instituto de Cidadania Empresarial (ICE) e Aliança pelos Investimentos e Negócios de Impacto, o evento aconteceu em São Paulo, no dia 12 de novembro e também contou com a presença de Daniela Arantes, assessora na área de gestão pública e socioambiental do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Partindo da experiência do ecossistema de impacto no Reino Unido, Cliff apontou que a participação dos governos é um caminho para impulsionar a economia de impacto e citou dois exemplos. O primeiro, a criação do Impact Investing Institute para pensar formas mais efetivas de usar economias pessoais e combiná-las a retornos financeiros e propósitos sociais a fim de melhorar a qualidade de vida da população britânica e de países em desenvolvimento. O segundo case se refere aos chamados Social Impact Bonds (SIB), um mecanismo criado no Reino Unido no qual os investidores de empresas que fornecem ao governo serviços e produtos que resolvem problemas sociais recebem o retorno financeiro de acordo com o impacto gerado para a população.
A experiência do Big Society Capital
Criado em 2012 com um investimento inicial de 600 milhões de libras, o Big Society Capital é uma instituição financeira independente que tem como missão conectar capital, ferramentas e ideias para melhorar a qualidade de vida das pessoas no Reino Unido. Cliff explicou que o duplo papel da instituição – investir em fundos e apoiar o crescimento do mercado de investimento social de impacto britânico – pode ser resumido no objetivo de que os investimentos alcancem um retorno positivo e, ao mesmo tempo, entreguem impacto social duradouro e significativo.
Ter um bilhão de libras como patrimônio não foi, entretanto, uma trajetória linear. O CEO apontou mudanças pelo caminho que levaram o Big Society a repensar sua atuação até chegar na definição de uma ‘agência de soluções que trabalha com investimentos para lidar com desafios sociais’.
Apesar da diversidade de sua atuação social – que vai desde apoio a moradia e emprego até educação, saúde, entre outras agendas -, são três os focos da instituição: moradia segura e acessível financeiramente, fortalecimento das comunidades e enfrentamento dos desafios no estágio inicial dos modelos.
Cliff afirmou que entre os maiores resultados da atuação do banco está a construção do ecossistema de investimento de impacto. “Depois do início da atuação do Big Society, houve um aumento de seis vezes no capital de risco em investimentos sociais, de dez vezes no investimento em intermediários com pelo menos 50 milhões de libras sob gerenciamento, cerca de 82% de agências do setor social sentem atualmente que entendem o conceito de finanças sociais, 71% do investimento foi feito em 50% das áreas mais precárias, entre outros indicadores”, informou.
No diálogo de Cliff com Daniela Arantes do BNDES, uma das questões levantadas pela assessora na área de gestão pública e socioambiental foi sobre qual ou quais seriam boas opções do banco para catalisar o ecossistema de investimento de impacto no Brasil diante do cenário de diminuição do orçamento:“Investir em negócios socioambientais como grants ou por meio de empréstimo, investir em aceleradoras ou criar um fundo para atrair outros investidores?”
Segundo Cliff, é necessário analisar o ponto de partida, os objetivos primários, a cultura do país e os atores envolvidos. “Uma das possibilidades é, em vez de pulverizar o recurso em várias áreas, utilizá-lo em um único setor, de forma a provocar um avanço que, por sua vez, irá atrair mais investidores. A decisão, entretanto, depende das variáveis citadas anteriormente”, ponderou.
O encontro, realizado como parte das comemorações pelos 20 anos do ICE, contou ainda com a participação de Beto Scretas, consultor do ICE e da Aliança pelo Impacto, e Alejandro Alvarez, co-fundador e sócio do International Venture Philanthropy Center (IVPC), organização apoiadora do evento.