This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.
Série Portfólio ICE-BID: qualidade da moradia no Brasil agrava efeitos da pandemia da Covid-19
Na quarta matéria da série, saiba como o Programa Vivenda antecipa planos para incrementar as reformas habitacionais que ajudam as populações de baixa renda a enfrentar o isolamento social .
“No Brasil, quanto menor a renda de uma família, mais incerta e variável. As pessoas mais pobres dependem de rendas geralmente conquistadas por meio de ‘bicos’ ou empreendimentos próprios, o famoso trabalho ‘por conta’, e tiveram suas fontes de renda, já frágeis, ainda mais afetadas pelos efeitos da pandemia da Covid-19”. A afirmação é de Maurício de Almeida Prado, diretor-executivo do Plano CDE, cuja pesquisa realizada no final de abril mostra que 51% das famílias das classes D e E perderam mais da metade de seus rendimentos. “Os programas de auxílio emergencial do governo federal atenderão essas classes, mas são insuficientes para a classe C, tanto em termos de valor, quanto de cobertura.” acrescenta.
A análise apresentada por Maurício expõe parte do desafio vivenciado em um país desigual como o Brasil frente à crise gerada pela disseminação do novo coronavírus. Além dos riscos à saúde e os efeitos no bolso e na educação dos mais pobres, com a Covid-19 o tema da moradia tem ganhado cada vez mais centralidade.
Se ainda restava alguma dúvida, a pandemia da Covid-19 tem deixado claro a importância do assunto. Viver em uma casa com condições dignas é fundamental para a garantia de outros direitos, como saúde, educação, sem contar o direito à vida.
O novo coronavírus tornou ainda mais alarmante a falta de acesso a saneamento básico e a moradias com condições que permitam o isolamento social e a prevenção adequada, um dos inúmeros desafios enfrentados por famílias em situação de vulnerabilidade econômica e social, que vivem especialmente nas periferias de grandes cidades como São Paulo, onde os números de casos e óbitos não param de crescer.
Com desafios e urgências ditados pela pandemia, o Programa Vivenda, que reforma casas de famílias de baixa renda em regiões periféricas por meio de crédito facilitado, se viu obrigado a antecipar planos e horizontes futuros.
Casas para viver melhor
Um dos negócios apoiados pela parceria entre o Instituto de Cidadania Empresarial (ICE) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), por meio do BID Lab, a Vivenda desenvolve soluções para tornar as reformas habitacionais acessíveis à população de baixa renda.
“A Vivenda nasceu para fazer com que todos os brasileiros possam morar bem e viver melhor”, afirma Fernando Assad, sócio-fundador do Programa Vivenda.
Após a chamada, o empreendedor conta que o programa desenvolveu um mecanismo inovador de financiamento que foi reconhecido pela ONU-Habitat como uma prática inspiradora da América Latina para a implementação dos ODS no mundo.
“Entregamos mais de duas mil reformas e construímos um modelo de vendas B2C exitoso. Além disso, desenvolvemos um modelo de lojas de reforma planejada, que estamos integrando com as lojas de materiais de construção dos bairros para aumentar a escala do nosso impacto. Participar da chamada ICE-BID nos proporcionou um relevante aporte de capital de giro em um momento crucial de nossa operação, bem como proporciona, até hoje, relevantes discussões sobre a estratégia do negócio, por meio das reuniões de acompanhamento.”
Durante e pós-Covid
Fernando conta que para fazer frente aos efeitos da pandemia, o negócio tem atuado em três frentes para cuidar da saúde das pessoas, da empresa e também pensar no pós-crise.
“Paralisamos as obras, entendendo que seria difícil construir um protocolo que garantisse segurança à nossa equipe e aos moradores das casas em reforma. Estabelecemos um adiantamento para os trabalhadores da construção, renegociamos contratos, além de adiar o prazo de vencimento das parcelas referentes a abril, maio e junho nos contratos. Também temos apoiado diversas campanhas de doação voltadas às famílias que receberam reformas subsidiadas”, conta o empreendedor.
A Vivenda tem operado em um modelo no qual é responsável por todo o processo de execução das obras, o que trouxe muitos aprendizados sobre o mercado e todo o ecossistema do setor da construção civil. No entanto, visando escalar seu impacto nacionalmente, o negócio já vinha estruturando uma mudança, que no atual momento ganha centralidade: o desenvolvimento de uma plataforma com o objetivo de integrar os diversos atores que operam na área de reformas para famílias de baixa renda: moradores, arquitetos, pedreiros, lojas de material de construção, mecanismos de crédito, filantropos, entre outros.
“Pensando no pós-crise ou no ‘novo normal’, estamos acelerando essa estratégia e abrindo mais ainda nossa busca por parcerias que nos permitam integrar uma diversidade de competências. Com essa iniciativa, queremos apoiar a ampliação desse setor de melhorias habitacionais, incluindo outros negócios de impacto, para não deixar o setor morrer, fazendo avançar esse modelo descentralizado de operação da Vivenda”, explica Fernando.