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Destaques do GSG Global Impact Summit 2020
Os debates se deram em torno das ações necessárias para uma recuperação justa e orientada ao impacto no pós-pandemia.
Pelo sexto ano consecutivo, atores do ecossistema brasileiro de impacto marcam presença no GSG Global Impact Summit 2020 – considerado o principal evento internacional do campo de impacto. A Aliança pelos Investimentos e Negócios de Impacto mobilizou uma comitiva formada por 45 representantes de fundos de impacto e de aceleradoras e incubadoras, empreendedores e acadêmicos, para participar desta edição, a primeira realizada em formato online, nos dias 9, 10 e 11 de setembro.
Fundado em 2015, no Reino Unido, o Global Steering Group for Impact Investment (GSG) atua em parceria com organizações e redes locais para fomentar o ecossistema global de investimentos e negócios de impacto. A rede está presente em 33 países e reúne representantes de diferentes setores, como finanças, negócios, governo e filantropia. A Aliança pelo Impacto é parceira e conselheira do GSG para o Brasil.
Debora Souza Batista, analista de programas do ICE, destaca três participações brasileiras na programação do evento que reforçam a conexão entre o ecossistema global e local de impacto e o reconhecimento à experiência brasileira.
“A fala da Célia Cruz, diretora executiva do ICE, sobre o papel da Academia e a experiência da Rede Academia ICE, que foi citada na abertura do evento como case de sucesso para o envolvimento do setor na temática foi um dos destaques. Além disso, Guilherme Lichand, presidente do Conselho Consultivo da Movva – um dos negócios do portfólio ICE-BID – participou de uma sessão sobre cases da América Latina em soluções para trabalho e educação. Por fim, destaco a participação de Lucas Ramalho Maciel, coordenador da Estratégia Nacional de Investimentos e Negócios de Impacto (Enimpacto), que trouxe a experiência da política nacional brasileira em uma sessão cujo objetivo era debater como governos podem se conectar mais com a agenda de impacto.”
Edição 2020
O público da primeira edição online do GSG Global Impact Summit ultrapassou a marca de 1.500 participantes, de 73 países, ao longo de três dias e mais de 60 sessões. No site da iniciativa, a organização do evento celebra a paridade de gênero alcançada entre os 260 palestrantes e os 70% de novas vozes e quase 40% de expositores do Sul global.
“For a Just and Impact-led Recovery” foi o tema da edição deste ano. Os debates se deram em torno das ações necessárias para alcançar uma recuperação pós-Covid-19 justa e orientada ao impacto que beneficie todas as pessoas e o planeta.
Declaração
A partir das sessões e debates, os participantes produziram uma Declaração de líderes para um futuro justo e sustentável, estabelecendo três metas principais: 1) Escalar o investimento de impacto para combater o desemprego, reduzir a desigualdade e preservar o meio ambiente; 2) Transparência de impacto do mandato para as empresas; e 3) Introduzir legislação para capacitar empresas e investidores a buscar impacto.
O documento está disponível neste link (em inglês) e aberto a novas assinaturas.
Highlights
Nomes como Sir Ronald Cohen (GSG), Achim Steiner (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD), Ibukun Awosika (First Bank of Nigeria) e Philipp Hildebrand (BlackRock) pautaram debates em torno de assuntos como Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), empreendedorismo, modelos econômicos sustentáveis, relação entre o chamado ‘novo normal’ e o campo de investimentos, entre outros.
Conheça abaixo os destaques da edição deste ano do GSG Global Impact Summit na avaliação de alguns participantes da comitiva liderada pela Aliança pelo Impacto.
“Um tema muito importante nesta edição do GSG Summit foi mensuração de impacto. Há uma iniciativa do GSG com a Universidade Harvard, liderada pelo professor George Serafeim, que é um dos expoentes globais no tema de mensuração de impacto, para se tentar chegar ao que está sendo chamado de contabilidade de impacto. O nome do projeto em inglês é Impact-Weighted Accounts Initiative e trata-se de desenvolver uma tecnologia capaz de monetizar os impactos socioambientais das diferentes companhias. Essa iniciativa já existe há quase 2 anos e já fez sua primeira entrega: a mensuração de impacto ambiental de 2.000 empresas listadas em bolsas de valores pelo mundo. Na participação de George Serafeim no summit ele pontuou que obviamente em se tratando de mensuração de impacto certamente não vamos chegar a uma metodologia definitiva, mas ao início de uma jornada que vai demorar exatamente pela complexidade do objeto a ser mensurado. Ele ressaltou que, tanto na contabilidade das empresas – econômicas e financeiras – quanto na mensuração de risco, também é uma matéria em evolução.” – Beto Scretas, consultor do ICE e da Aliança pelo Impacto
“Para um professor do Ensino Superior que atua com a agenda de impacto social como eu, o GSG Summit é uma vivência muito rica. Algo que me chamou bastante atenção foi a discussão sobre educação baseada em resultados, uma educação para o impacto. A tendência demonstrada no evento para os vários níveis educacionais é de relação entre investimentos de impacto e resultados de aprendizagem e de inserção no mercado de trabalho. Quanto maiores os resultados, maiores os investimentos e maior o impacto da educação. Isso é algo que nós temos que explorar no Brasil, em especial nesse momento de crise, em que houve aumento do desemprego e, portanto, necessitamos que as pessoas adquiram novas habilidades e competências para atuar em novos mercados que estão surgindo ou que se atualizem para se manter no mercado de trabalho, o que demanda justamente uma educação eficiente e voltada ao resultado.” – Gabriel Cardoso, professor da UDF e membro da Rede de Professores Academia ICE
“Essa foi a primeira vez que participei do GSG Impact Summit e fiquei muito impressionado com o alto nível das discussões, sempre envolvendo pessoas com muito conhecimento e experiência nos temas que abordavam. Algumas coisas chamaram minha atenção: primeiro, estamos no Brasil à frente dessa agenda. Os principais dilemas debatidos por especialistas globais são também os que vemos e vivemos no ecossistema brasileiro de investimentos e negócios de impacto, entre eles, como fomentar diversidade nesse ecossistema e garantir abordagens que de fato empoderem populações vulnerabilizadas, e como aproximar o conceito de investimento de impacto de grandes corporações que buscam ser mais responsáveis, reduzir suas externalidades negativas e aumentar as positivas. Segundo, a Covid-19 escancarou em todo o mundo os problemas sociais e ambientais, especialmente a desigualdade. Ao mesmo tempo em que gera um senso de urgência e atrai novos investidores, a pandemia gera oportunidades para negócios de impacto mostrarem o seu valor e ganharem visibilidade.” – Samir Hamra, coordenador do Portfólio ICE-BID