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ENIMPACTO articula e amplia agenda de impacto na Academia
Representantes de associações e secretarias de ensino discutiram incidência da temática em universidades brasileiras durante webinar realizado com apoio do ICE.
Valorizar e engajar professores de instituições do ensino superior (IES) brasileiras e motivar estudantes a desenvolver iniciativas no campo de negócios de impacto foi uma das principais mensagens deixadas pelos participantes do webinar Negócios de Impacto e Ensino Superior: um diálogo necessário, promovido pelo Comitê da Estratégia Nacional de Investimentos e Negócios de Impacto (ENIMPACTO).
O encontro é uma das iniciativas desenvolvidas no âmbito da Estratégia em um esforço de mobilizar mais atores, lideranças e associações de IES para a agenda de investimentos e negócios de impacto na Academia. O ICE está apoiando as articulações e discussões baseado nas experiências e resultados do Programa Academia ICE.
A criação de grupos de trabalho (GTs) com o aval e nomes indicados por reitores de universidade federais e a aproximação com escolas de ensino superior particulares estão entre as ações realizadas. O GT Universidades Federais se reuniu no dia 18 de setembro e o GT Universidades Particulares no dia 22 de setembro. Ambos iniciaram um processo de aprendizagem colaborativa nesta agenda e construção de uma proposta de ação coletiva que possa dar luz às temáticas de investimentos e negócios de impacto nas IES. Os grupos vão caminhar em paralelo diante das especificidades de cada um, mas devem trocar ideias em encontros futuros.
A agenda de impacto no Ensino Superior
Abrindo os trabalhos do webinar, realizado no mês de agosto, Lucas Maciel, coordenador da ENIMPACTO, apresentou aos participantes dados como o custo anual de implementação da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), que fica na casa dos 4 trilhões de dólares, para pontuar com senso de urgência a importância do capital privado na soma de esforços da filantropia e do governo. “Eu acredito que negócios de impacto sejam uma forma muito promissora de a iniciativa privada realizar o seu papel.” defendeu.
Adriana Mariano, gestora do programa Academia ICE, apresentou avanços alcançados nos últimos anos por docentes e pesquisadores que adotaram os temas de investimentos e negócios de impacto, mas chamou atenção também para aspectos que precisam ser trabalhados e aprimorados. Entre eles, o aumento da quantidade de docentes preparados para lecionar sobre investimentos e negócios de impacto e do número de IES com disciplinas na Graduação sobre o tema, inclusão de negócios de impacto como tema transversal nas disciplinas existentes, e a criação de espaço de sistematização das práticas de ensino como as que são compartilhadas na Rede de Professores Academia ICE.
Parceria e união de esforços
Edward Madureira, reitor da Universidade Federal de Goiás e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais do Ensino Superior (Andifes), acredita que o distanciamento que existia entre Ensino Superior e negócios não existe mais. Segundo ele, as universidades federais contam, hoje, com uma rede de pesquisadores bem formados e com experiência e a evolução e maturidade dos docentes deve ser utilizada.
“Às vezes, alguns jovens me procuram relatando que professores não se entusiasmam com as propostas [relacionadas ao tema de negócios de impacto]. Eu digo para que procurem aqueles que se animam porque é assim que os outros vão vir, pelo exemplo positivo. Na posição em que estamos, podemos encontrar outros gestores e reitores que ainda não foram convertidos. Se tivermos meia dúzia de professores entusiasmados, juntamente com os estudantes, essa roda vai girar”, explica o reitor.
Para ele, o papel dos jovens nessa equação é fundamental e é um papel institucional criar mecanismos para proteger o brilho e encanto das ideias. “Com institutos e universidades federais somados ao setor privado, teremos condição de fazer uma revolução nesse país. Precisamos ouvir os jovens e dar espaços de diálogo a eles, aproveitando o potencial humano e laboratorial e colaborando entre todos, sem distinção entre público e privado.”
Elizabeth Guedes, presidente da Associação Nacional das Universidades Particulares (ANUP), reforçou o importante papel dos professores para o incentivo de estudantes universitários. “A escola começa e termina com professores. Sem eles, não existe projeto dentro das universidades. Na ANUP, queremos mapear empresas juniores e incubadoras, ver o que universidades médias estão fazendo e incentivar os professores, levando-os à rede Academia do ICE, com quem queremos estreitar nossos laços.”
Crise e Covid-19: cenário propício à inovação
Wagner Vilas Boas, secretário de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC) frisou que é necessário ouvir novas ideias que os jovens podem ter, sobretudo em um momento como o atual. Em meio a tantas crises, Wagner aponta um cenário propício à inovação e ideias de alto impacto. “Temos hoje uma crise fiscal no Brasil, que tem ocasionado diminuição da arrecadação. Estamos passando por uma pandemia que gera necessidade de promover ações eficientes, modernização da educação à distância, criação e aperfeiçoamento de alternativas de ampliação do acesso e qualidade dos serviços públicos e outras demandas”, exemplifica.
O especialista pontua a necessidade de repensarmos os modelos de ensino, reforçando o desafio de preparar estudantes e educadores para que sejam protagonistas. “Criatividade, empatia e coragem são habilidades do futuro que os jovens já têm. Unindo isso aos professores, poderemos avançar mais, mas precisamos estar com a cabeça aberta para pensar o mundo de forma diferente.”