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Série Elos de Impacto – Mitigação das mudanças climáticas e apoio a negócios da Amazônia
A segunda matéria da série apresenta organizações intermediárias e iniciativas de apoio a empreendimentos com impacto ambiental positivo.
O ano de 2020 ficará marcado pela maior crise sanitária da história recente. Para além do número de infecções e mortes causadas pela doença, os efeitos econômicos e sociais da pandemia de Covid-19 sobre a população global têm sido amplamente difundidos no mundo todo.
A crise também se relaciona com a dimensão ambiental. Em novembro, durante a reunião anual da cúpula do G-20, chefes de Estado das 20 maiores economias do mundo se encontraram por videoconferência para discutir como deve acontecer a recuperação global no pós-pandemia. A pauta ambiental foi colocada como um dos grandes desafios da atualidade e central para a recuperação econômica. “Lidar com as mudanças climáticas está entre os desafios mais urgentes do nosso tempo”, afirma trecho do comunicado oficial da cúpula.
O setor de investimentos e negócios de impacto têm se aproximado cada vez mais do chamado Empreendedorismo Climático, levando em conta a urgência por uma economia de baixo carbono e a contenção do desmatamento de florestas tropicais como a Amazônia. A iniciativa Elos de Impacto, do ICE, tem apoiado organizações que estão ao lado de empreendedores que seguem dedicados a essa agenda em meio à pandemia.
Um desses aportes se deu por meio da chamada Elos de Impacto Incubação & Aceleração, realizada com apoio do Fundo Vale, destinando R$ 20 mil ao ClimaLab – programa do Impact Hub Curitiba para incubação de soluções voltadas à mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.
A iniciativa consiste em desenvolver propostas vencedoras do Climathon Curitiba, edição local de hackathon global que acontece simultaneamente em várias cidades do mundo e promove a criação de ecossistemas de inovação e empreendedorismo voltados a soluções para os problemas gerados pelas mudanças climáticas.
O apoio da chamada somado a outros aportes captados proporcionará a incubação das seis soluções mais promissoras do Climathon Curitiba, realizado nos dias 13 e 14 de novembro.
“É preciso ter espaço para geração de ideias e também para o desenvolvimento daquelas com mais potencial. Daí vem a grande necessidade de termos um lab que apoie o desenvolvimento sustentável dessas soluções. Ter o projeto de um lab de inovação em mudanças climáticas referência no Brasil reconhecido pelo ICE, com toda a representatividade que a organização tem, mostra que estamos no caminho certo em relação ao impacto que queremos gerar”, afirma Rulian Maftum, diretor de programas do Impact Hub Curitiba e coordenador do ClimaLab.
Plano Emergencial para Startups na Amazônia
Os recursos da Elos de Impacto também beneficiaram, logo no começo da pandemia, ações emergenciais de organizações intermediárias que apoiam empreendedores da base da pirâmide, periferias e de outros grupos vulnerabilizados.
Uma dessas ações é o Plano Emergencial para Startups (Plano de Ação Covid-19), realizado pela Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA) em apoio a quinze startups de impacto da rede PPA. Ao lado de parceiros como USAID, Humanize e Fundo Vale, o ICE contribuiu para fortalecer negócios de impacto da Amazônia de forma a garantir a resiliência desses empreendimentos frente à crise, seja intermediando a flexibilização de pagamentos e empréstimos, oferecendo soluções logísticas que facilitem a venda à distância, com parcerias que ampliem o alcance de seus produtos e mesmo ofertando capital para se manterem em funcionamento.
“Diante do cenário de pandemia, os desafios para desenvolver negócios de impacto na Amazônia aumentaram. A crise e a necessidade de isolamento social trazidas pelo coronavírus atingiram gravemente os negócios de impacto da região e, consequentemente, as comunidades envolvidas em suas cadeias produtivas”, observa Ana Bastida, coordenadora do Programa de Aceleração da PPA e gerente de Novos Negócios do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam).
No total, 156 mil reais já foram aportados na iniciativa. Ana conta que a doação de 55 mil reais do ICE contribuiu para compor o aporte de capital de giro emergencial em oito negócios apoiados pelo programa. “Os recursos foram aplicados em diferentes ações, dentre as quais: formação de estoque ou adiantamento de compra de fornecedores, salários de funcionários, serviços de marketing ou relacionados a aumento de vendas, custos fixos (aluguel, energia, etc.) e apoio direto ao combate à Covid-19 (doação de itens de limpeza, higiene pessoal e alimentos) em terras indígenas, na região do Alto Rio Negro”, conta a coordenadora.
Nos planos futuros está a estruturação de um fundo para a continuidade dos investimentos no fortalecimento dos negócios no pós-crise.
“Nos primeiros dois anos do Programa de Aceleração e Investimentos de Impacto da PPA, provou-se possível investir em startups e negócios de impacto para construir uma nova geração de empreendimentos voltados a resolver problemas sociais e ambientais na Amazônia e promover a conservação de florestas na região. Acreditamos que é o momento de dar um grande passo e estruturar o programa por meio de um fundo para ganhar escala e sustentabilidade financeira no longo prazo”, informa.
A estruturação do fundo será realizada no próximo ano. A expectativa é captar 25 milhões de reais para manter o programa nos próximos cinco anos.
“Além do impacto direto nos negócios, ter o ICE como parceiro financiador do programa tem sido muito importante para a visibilidade e credibilidade da iniciativa, dos negócios e, principalmente, do ecossistema de negócios de impacto da Amazônia, do qual nos sentimos representantes”, conclui Ana.