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Série Elos de Impacto: Apoio ao ecossistema no Nordeste brasileiro
Na terceira matéria da série, conheça três dos projetos contemplados pela chamada Elos de Impacto, que vão fortalecer e expandir os negócios na região.
Das seis iniciativas contempladas pela Chamada Elos de Impacto Incubação & Aceleração, realizada pelo ICE com apoio do Fundo Vale, três possibilitarão ações de apoio e fortalecimento destinadas a empreendedores de impacto de áreas rurais e urbanas do Nordeste.
As ações permitirão expandir o ecossistema em mais estados do semiárido brasileiro, ampliar a capacitação de empreendedores e promover jornadas de aprendizados sobre gestão de projetos na região. A baixa representação da região nos mapeamentos do ecossistema brasileiro de investimentos e negócios de impacto foi um dos fatores que influenciou a seleção das três propostas.
Os projetos têm em comum o fato de serem iniciativas de organizações intermediárias do ecossistema, alvo da Chamada por seu potencial de ampliar e fortalecer o apoio a investidores e empreendedores em suas jornadas de impacto.
É o caso da Incubadora de Agronegócios das Cooperativas, Organizações Comunitárias, Associações e Assentamentos Rurais do Semiárido da Paraíba (IACOC). Situada em Campina Grande, no estado da Paraíba, a organização atua para o fortalecimento do setor agropecuário por meio de ações de fomento ao desenvolvimento de empreendimentos produtivos inseridos no semiárido paraibano.
Com o apoio do ICE, no valor de 25 mil reais, o Programa de Desenvolvimento de Empreendimentos Rurais do Semiárido, realizado em parceria com o Instituto Nacional do Semiárido (INSA), permitirá expandir o apoio a empreendimentos rurais que geram impacto positivo em quatro estados: Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco. A iniciativa tem como público-alvo empreendedores rurais que enfrentam dificuldades, principalmente na comercialização de seus produtos em decorrência da pandemia.
Após o recebimento do aporte, já foram realizadas reuniões para apresentação do projeto e mobilização de parcerias como Sebrae-PB, Senai-PB, Sebrae-RN, IFCE e IFPE para uma atuação conjunta para o fortalecimento do ecossistema de empreendedorismo e inovação na região.
Visitas técnicas a cooperativas e associações localizadas nos estados do Ceará e Pernambuco, potenciais empreendimentos de impacto na área da agricultura familiar, foram realizadas por indicação dos parceiros. Esses empreendedores participaram de um evento online de sensibilização sobre negócios de impacto realizado em dezembro.
De acordo com Jayuri Susy Fernandes, gerente da IACOC e pesquisadora do INSA na área de gestão de projetos, está nos planos para o futuro, a partir do fortalecimento institucional da IACOC e do INSA, seguir incentivando a agenda de negócios de impacto no semiárido, de modo a conectá-la ao ecossistema nacional e atrair mais investidores.
“Essa região possui uma biodiversidade de culturas, saberes e riquezas imensurável que pode ser utilizada de forma sustentável. Esperamos contribuir para o surgimento de mais empreendimentos de impacto no setor do agronegócio ou diretamente relacionados a ele para sua consolidação no mercado a partir da difusão de princípios e práticas empreendedoras.” comenta Jayuri.
Para a pesquisadora, a principal contribuição gerada pelo aporte do ICE está no olhar voltado a esses empreendedores, que, muitas vezes, não se reconhecem como tal.
“Esse público pode ser protagonista de sua própria transformação social e gerar esse reconhecimento por meio da criação de oportunidades e atração de parcerias e investidores permitirá não só fixar essas pessoas em suas localidades, inclusive os mais jovens, como trazer muito mais valor a essa produção”, avalia.
Jayuri destaca ainda a oportunidade de multiplicação do recurso trazida pelo apoio da Chamada. “O aporte do ICE nos proporcionou um reconhecimento e uma credibilidade que resultou no aporte de mais de 465 mil reais da Sudene [Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste] para o desenvolvimento do programa”, celebra.
Jornadas de Impacto
A Plataforma Norquest – Jornadas de Impacto foi outro projeto contemplado pela Chamada Elos de Impacto no Nordeste. A iniciativa consiste em uma plataforma de cursos online de pré-incubação e aceleração para fortalecer os intermediários da região, capacitar de forma prática, ágil e acessível os novos empreendedores, além de diversificar a monetização da plataforma Impacta Nordeste – autora da iniciativa – e reduzir a dependência de parcerias estratégicas. O projeto tem como alvo de atuação o município de Natal, no Rio Grande do Norte.
“Por meio de nossa atuação, temos contato com a realidade de diversos empreendedores, dinamizadores e negócios de impacto social no Nordeste e em outras regiões. Identificamos por meio de nossos mapeamentos, desafios e dores enfrentadas ao longo da jornada empreendedora desses atores. Mais do que uma plataforma de cursos online, a iniciativa é uma trilha de aprendizagem que vai oferecer todo o suporte para esses empreendedores alavancarem seus negócios e seu impacto”, explica Marcello Santo, diretor-fundador da Visão Social – Soluções de impacto e da Impacta Nordeste.
Posteriormente batizada de Motirô, nome inspirado na palavra tupi-guarani usada para descrever a reunião de pessoas para colher ou construir algo juntas, a plataforma contará com cursos de gestão estratégica, finanças, comunicação e marketing digital, entre outros temas.
“Nossos alunos também terão acesso a uma rede de mentores e a uma comunidade para dar suporte ao longo de suas jornadas. Nossa metodologia utiliza o ensino baseado em projetos para construir junto com os empreendedores os principais pilares de suas iniciativas”, observa o diretor.
O aporte do ICE, no valor de 25 mil reais, possibilitou estruturar a iniciativa por meio de parcerias com atores locais.
“Como muitas iniciativas de impacto, sem um grande guarda-chuva institucional, ainda mais fora do eixo Rio-São Paulo, possuímos enormes desafios. O aporte do ICE foi fundamental para possibilitar a criação de uma solução que terá um efeito multiplicador para todo o ecossistema. Perceber que há um olhar para outras regiões e que iniciativas concretas estão sendo pensadas para atores nesse contexto nos motiva a continuar enfrentando todos os desafios”, afirma Marcello.
O lançamento da iniciativa aconteceu este mês com a abertura de uma turma de vinte empreendedores que será iniciada em fevereiro de 2021.
Caminho +B PME
Por meio do projeto Caminho +B PME, o Sistema B pretende implementar sua metodologia nos negócios de impacto da cidade de Salvador (BA) e contribuir para o fortalecimento do ecossistema local. A iniciativa é fruto da parceria com a Consultoria SER e o Centro de Empreendedorismo e Inovação da Universidade Salvador (UNIFACS).
“Um dos objetivos do Sistema B é ampliar o conhecimento sobre novas economias e sobre o movimento de empresas B para regiões do país que acabam não recebendo investimentos constantes, como é o caso da região Nordeste”, observa Laura Gurgel, co-gestora da Comunidade B Bahia.
O aporte de 25 mil do ICE permitirá a adaptação da metodologia desenvolvida pelo sistema B, cujo objetivo é apoiar empresas no diagnóstico de seu impacto socioambiental, para o contexto da região.
Para além da avaliação, o Caminho +B PME oferecerá uma consultoria voltada a identificar oportunidades e gaps do negócio para um plano de melhorias com base na ferramenta, além do benchmarking de empresas do setor a fim de inspirar ações e o apoio à estratégia de geração de valor do negócio baseado em um plano de ação oferecido pela própria plataforma do Sistema B.
“O aporte do ICE significou uma grande conquista para a comunidade B Bahia, que é composta por quinze membros, além da consolidação da comunidade como um coletivo que busca ser propulsor de uma nova economia no Estado. Além disso, as dez organizações que foram selecionadas para passarem pelo Caminho +B PME já demonstram uma evolução e se sentem mais maduras para enfrentar os problemas que desejam resolver”, celebra Laura.
Para o futuro, novos Caminhos +B PME estão no radar. “Sabemos que existe um potencial enorme de negócios de impacto na Bahia. Prova disso foi o mapeamento que realizamos por meio da mobilização para a primeira turma. Recebemos cerca de sessenta inscrições, mas sabemos que esse número é muito maior. Então, temos o desejo de seguir fortalecendo o ecossistema de impacto baiano. E de seguir como parceiros do ICE, como já somos no âmbito nacional e tem gerado uma troca muito rica”, conclui Laura