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Entrevista com Fernando Assad | “Continuamos dedicados a mudar a realidade habitacional do país”
Com a maturidade, o negócio de impacto social de reformas, que já acumula premiações e reconhecimentos, quer mais. A plataforma Nova Vivenda cresceu dez vezes em volume de vendas e ampliou o leque de cidades atendidas.
Transformar profundamente, causar sensível mudança em algo. Essas são algumas das definições do verbo revolucionar, algo que a Vivenda tem buscado no mercado de reformas habitacionais para a população de baixa renda no Brasil.
A grande mudança veio há nove meses, quando a Nova Vivenda deixou de executar diretamente as obras e passou a ser uma empresa de tecnologia que viabiliza e faz a ponte com os demais atores da área.
Isso possibilitou que o empreendimento chegasse a 25 cidades – antes, as operações se concentravam na zona sul de São Paulo – e fortalecesse seu objetivo maior: promover melhorias nos lares de milhares de famílias de baixa renda.
Em entrevista ao ICE, Fernando Assad, co-fundador da Vivenda, abordou o novo momento do negócio: um ecossistema que integra instituto, empresa e estrutura de financiamento, que geram valor para stakeholders distintos.
“Criamos a Vivenda para estruturar no Brasil esse mercado das melhorias habitacionais, pois sempre acreditamos que a melhor estratégia para se endereçar um problema dessa envergadura – mais da metade da população brasileira é de baixa renda e indica precisar de uma reforma em casa – seria viabilizar condições para que todo mundo pudesse ‘jogar esse jogo’”, conta o empreendedor.
Confira a entrevista completa.
ICE: Para escalar seu impacto nacionalmente, a Vivenda vem estruturando, há algum tempo, o desenvolvimento de uma plataforma com o objetivo de integrar os diversos atores que operam na área de reformas de moradias de baixa renda: moradores, arquitetos, pedreiros, lojas de material de construção, mecanismos de crédito, filantropos, entre outros. Qual é o status atual dessa estratégia e que objetivos e expectativas estão por trás dela?
Fernando: Definimos três grandes passos para alcançar nosso objetivo.
O primeiro foi provar a viabilidade desse mercado, mostrando que reformas para a população de baixa renda podem ser, além de uma bonita causa, também um bom negócio. Nessa fase, que durou sete anos e teve a Vivenda como executora direta das obras, validamos nosso produto com a entrega de mais de três mil obras e um índice de satisfação de nossos clientes acima de 90%, além do modelo de venda e da estrutura de financiamento ao cliente por meio da debênture de impacto social que criamos em parceria com Din4mo e Grupo Gaia.
Quando provamos que esse mercado é viável, demos o segundo passo da nossa estratégia, criando uma infraestrutura para escalar nacionalmente essa solução de reformas. A Plataforma Nova Vivenda é uma ferramenta que faz parte dessa infraestrutura. É nela que as famílias de baixa renda de distintas cidades vão poder contratar uma solução completa para reformar sua casa de forma simples, segura e acessível.
Desde que iniciamos esse novo modelo há nove meses, deixando de ser executores diretos das obras para nos tornar uma empresa de tecnologia que viabiliza a operação de demais atores, crescemos em dez vezes o volume de vendas e famílias atendidas e passamos a operar não mais na zona sul de São Paulo apenas, mas em 25 cidades do país.
ICE: Que outras mudanças fazem parte do momento atual da Vivenda e como elas dialogam com os desafios atuais na área da moradia?
Fernando: Vimos que tínhamos construído soluções inovadoras e abrangentes para aspectos como venda de reformas e financiamento aos clientes, mas havia ainda uma parte da equação que não estava bem resolvida: a disponibilidade de arquitetos e engenheiros populares para planejar e executar as obras nas periferias atendidas.
Para tentar driblar esse gargalo da operação, montamos um processo de aceleração de novos negócios de impacto dedicados ao tema da melhoria habitacional. Com a Vivenda Play, queremos formar um exército de empreendedores dedicados a transformar a realidade de milhões de famílias brasileiras de baixa renda que vivem em moradias inadequadas.
Os primeiros resultados foram surpreendentes, mas vimos que apesar de ser outra infraestrutura fundamental para a escalada do negócio, essa operação era muito distinta do que estávamos construindo na Plataforma Nova Vivenda em termos de time, tipo de recursos, etc. Para abrigar e expandir essa operação de caráter mais educacional, resolvemos criar o Instituto Vivenda, lançado no mês passado.
A Vivenda Play é uma das iniciativas do Instituto, mas não a única. O Instituto Vivenda é um action tank que une atores do primeiro, segundo e terceiro setor para criar e implementar soluções para fazer avançar o campo das melhorias habitacionais no Brasil.
ICE: O que está nos planos da Vivenda para o pós-pandemia em relação aos seus três braços de atuação: marketplace, instituto e aceleradora?
Fernando: A pandemia, infelizmente, destruiu muitas vidas e organizações, mas também serviu para acelerar algumas mudanças importantes. No caso da Vivenda, nós ‘pisamos no acelerador’ com o plano da Plataforma, seja por uma necessidade do negócio, seja porque a pandemia aumentou o grau de urgência de proporcionarmos casas adequadas à população.
As famílias de baixa renda, muitas vezes, se encontram na seguinte realidade: ‘se vai para a rua, a Covid pega, se fica em casa, as patologias habitacionais comem’. Com essa infraestrutura que estamos construindo, queremos acelerar exponencialmente o campo das melhorias habitacionais no país, fazendo com que todos possam morar bem e viver melhor o quanto antes.
ICE: Que aprendizados frente aos efeitos da pandemia você poderia compartilhar que levaram a Vivenda a ser reconhecida como um case de sucesso no ecossistema de negócios de impacto social?
Fernando: A pandemia evidenciou que sozinhos não conseguiremos superar grandes desafios, sejam eles quais forem. Sozinha, a Vivenda construiu muitas coisas interessantes: deu luz ao problema, inspirou a ação de muitos atores, construiu inovações relevantes e beneficiou diretamente cerca de três mil famílias. Mas jamais conseguiria resolver como um todo o problema das moradias inadequadas.
Acho que foi uma decisão acertada compartilhar tudo que construímos até então para avançarmos mais rápido.
Por outro lado, também estamos aprendendo que fazer junto é diferente de fazer sozinho e que, portanto, o modelo que nos trouxe até aqui, seguramente, não será o mesmo que nos levará ao próximo ponto. O novo modelo não será apenas de negócio, mas um modelo de solução para estruturarmos mercados desestruturados, reunindo distintas competências, tipos de recursos e tecnologias.
Hoje, a Vivenda é um ecossistema que integra instituto, empresa e estrutura de financiamento, cada um gerando valor para um stakeholder principal, mas todos juntos dedicados a mudar a realidade habitacional do país.
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