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Precisamos imaginar colaborativamente futuros sociobiodiversos
Encontro Nacional Academia ICE foi um momento para dialogar sobre o papel da universidade nesta construção.
Erguer o olhar, recobrar a nossa capacidade de imaginar futuros e pensar na sociobiodiversidade como um dos caminhos possíveis para este empenho. Estas ideias deram o tom para o primeiro dia da 9ª edição do Encontro Nacional da Rede Academia ICE, realizado na última terça-feira (27). A abertura foi feita por Camila Aloi, gerente do Programa Academia ICE, Luiza Nascimento, diretora presidente do ICE, Carla Duprat, diretora executiva do ICE e Luiz Lara, cofundador e atual conselheiro do ICE. A discussão inicial tratou sobre o papel transformador das universidades e a atuação da Rede Academia ICE na formação de novos líderes por meio do ensino, extensão e pesquisa.
“O encontro traz uma abordagem colaborativa entre a universidade e a sociedade na identificação de questões urgentes, enfatizando a necessidade da universidade de desempenhar um papel mais ativo na proposição de soluções práticas para a construção de um ambiente mais resiliente e sustentável. Esse Encontro Nacional focou na troca entre a universidade e a sociedade, por isso um dos nossos objetivos foi proporcionar mesas onde sempre houvesse um professor e um ator da sociedade civil”, explicou Aloi.
Nesta reportagem, resgatamos os temas e destaques das mesas e painéis dos três dias de evento.
Imaginar futuros
A mesa de abertura contou com a presença da futurista Rosa Alegria, CEO do projeto Millennium Brasil e de Carina Pimenta, secretária de Bioeconomia do Ministério do Meio Ambiente. Rosa Alegria pautou a sua apresentação sob a ótica de uma educação futurista, discutindo a ideia de onde viemos e para onde devemos ir, reafirmando a importância de se discutir o futuro como pauta integral da educação. Rosa Alegria ressaltou o papel fundamental da imaginação como construção do futuro: “É preciso olhar para a mudança como um ponto de partida para criar o novo. (…) É pela educação que devemos fazer florescer o universo da imaginação”. Outro ponto trazido pela futurista foi a ideia de que o planeta chegou em um momento em que não basta mais apenas sustentar, agora é preciso regenerar e reimaginar o que foi perdido, estimulando o capitalismo a trabalhar para o bem da vida e do planeta. De acordo com Rosa, é preciso pensar em uma formação voltada para a capacitação das próximas gerações, em torno da ideia das mudanças, que hoje em dia se tornaram descontínuas.
Carina Pimenta falou sobre bioeconomia e a transversalização de políticas ambientais por meio de uma economia de restauração. Segundo a secretária, a bioeconomia atua de diferentes maneiras em cada região do país, é fundamental atuar para regionalizar e fortalecer os sistemas regionais em prol da solidificação da bioeconomia nacional. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) busca assinar um termo de cooperação para potencializar a parceria técnica entre o MMA, o Ministério da Educação (MEC) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O termo de cooperação mostra a importância de trazer a discussão sobre a bioeconomia para todos os âmbitos da sociedade. De acordo com Carina Pimenta, é preciso fazer um trabalho de acupunturista, denotando os pontos nevrálgicos de atenção. A sociobiodiversidade é um dos caminhos possíveis para se discutir o futuro, buscando entender as crises biosustentáveis que o planeta passa e adquirir uma responsabilidade sustentável que leve em conta a transversalidade do ecossistema.
Rio de Impacto
A mesa: “A força da parceria público-privado-OSCs para fortalecer o ecossistema de impacto: o caso do Rio de Impacto” contou com a apresentação de Milton Souza, vice-reitor de pesquisa e professor titular da UNIFOR e Conselheiro da Rede Academia ICE. O tema da discussão foi a força da parceria público-privado-OSCs para fortalecer o ecossistema de impacto, com ênfase no caso do Rio de Impacto. Geiza Rocha, jornalista e coordenadora do Rio de Impacto e Inessa Salomão, professora da CEFET-RJ, foram as responsáveis por compartilharem o processo de criação dessa rede de apoio.
Inessa Salomão apresentou linha do tempo feita pela FAPERJ sobre o processo de criação do Rio de Impacto
O Rio de Impacto teve início em 2016, discutindo ecossistemas de negócios de impacto. A partir do início do projeto e da proposição de tornar os negócios de impacto um assunto de interesse público, o Rio de Janeiro se tornou o segundo Estado a ter uma lei que cria uma política estadual de investimentos em negócios de impacto (Lei 8571/19).
O Rio de Impacto busca dar visibilidade a negócios de impacto, além de servir de inspiração para outros Estados seguirem o mesmo caminho, trabalhando para facilitar a conexão entre empreendedores, investidores e dinamizadoras. Com a ideia de categorizar e identificar negócios de impacto socioambiental, o Rio de Impacto criou o ObservatóRIO, tornando possível a organização de um ecossistema Fluminense de Inovação e Impacto, que atualmente conta com 118 dinamizadoras e 423 NIS (Negócios de Impacto Social).
Dayse Valença, Secretária Executiva da ONG Asplande, falou sobre a relação de apoio fornecida entre o Rio de Impacto e outras organizações. A Asplande é uma instituição voltada prioritariamente para mulheres periféricas e nanoempreendedoras e atualmente conta com cerca de 800 mulheres. Segundo Dayse Valença, para trabalhar com negócios de impacto “É necessário conhecer o país afetivamente”. Projetos como o Rio de Impacto procuram dar visibilidade aos empreendedores por meio das redes sociais, além do compartilhamento de editais e do dinamismo do ecossistema, mostrando o que existe de oferta para o fortalecimento do ecossistema de negócios de impacto.
Sonhar e comunicar
O segundo dia do Encontro Nacional começou com o tema “Comunicação científica, educação e tomadas de decisão alinhadas por um planeta sustentável”. O professor Fabio Scarano, do Museu do Amanhã e a diretora de pesquisa do Instituto Igarapé, Melina Risso, foram os responsáveis por tratar da discussão a partir da facilitação de Paula Esteban, pró-reitora acadêmica do IBMEC-RJ e conselheira do programa Academia ICE.
Os painelistas trataram da importância de elaborar estratégias de compartilhamento do conhecimento científico, procurando facilitar o diálogo com o maior número de pessoas. A mesa chegou à conclusão de que ficar preso a uma linguagem acadêmica e racional torna o debate hermético entre a própria academia. De acordo com Melina Risso, é importante entender que as perguntas da academia não são as mesmas que o tomador de decisão tem que responder na prática. Por isso, é necessário adaptar a linguagem para repercutir em mundos diferentes entre si, sabendo por onde se caminha.
O Professor Fábio Scarano, do Museu do Amanhã, apontou para a complexidade do assunto e frisou que nem sempre é fácil encontrar soluções: “É preciso tomar cuidado com mercadores de soluções, pois o grande problema é a solução”.
Para o professor, é fundamental que a academia atue sem paredes, atuando para aumentar a integração das universidades com os problemas reais da sociedade, produzindo conhecimento para fora do mundo acadêmico.
De acordo com Scarano, os comunicadores científicos podem passar muito tempo construindo um conhecimento sistêmico, sem focar em um conhecimento orientador, que é aquele que forma e sugere por onde ir. Para ele, a transformação também estaria nos campos do sentimento e da emoção, que acabam muitas vezes sendo desvalorizados com as premissas do estritamente racional. Por isso, para Scarano, “em uma crise de imaginação, talvez a coisa mais pragmática que a gente possa fazer é sonhar”.
Para Camila Aloi, esses espaços de discussão são fundamentais para a Academia ICE:
“Nós acreditamos muito que o caminho se dá na intrínseca conexão entre ensino-pesquisa-extensão, mas também por meio de encontros como esse, onde a gente coloca a Rede inteira para trocar e provocar um movimento a partir da emoção. A mudança está justamente no campo das emoções, então esse encontro também é significativo para que possamos, a partir dessas discussões e dessa grande troca, provocar a emoção das pessoas”, afirma.
A segunda parte do dia foi voltada para uma conversa com empreendedores para entender como a Universidade pode apoiar a jornada do empreendedor. Márcio Waked, conselheiro da Rede Academia ICE, foi o responsável por facilitar o encontro, que contou com a participação de empreendedores das cinco regiões do país:
Centro-oeste Bárbara Pacheco – VerdeNovo
Norte Wilson Ferreira – Amana Katu
Sul Maria Clara Rogoski – Aliquan
Sudeste Tarso Oliveira – Troca
Nordeste Luana Scopa – Ayra (upcycling feito no Brasil)
Após uma apresentação inicial de cada projeto, os empreendedores foram divididos em cinco salas, onde tiveram tempo para dialogar diretamente com o público do Encontro Nacional. Esse momento de troca direta entre o público e os empreendedores foi bastante frutífero, dando espaço para uma compreensão mais assertiva de pontos de vista, questionamentos e tópicos referentes à jornada do empreendedor.
A extensão como local de troca de saberes e experiências
Para abrir o último dia do Encontro Nacional, Letícia Rocha, analista do Programa Academia ICE, falou sobre a importância de pensar novas estratégias e possibilidades a partir da discussão com os membros da Academia, além de comemorar a entrada recorde de 139 novos professores na Academia ICE no ano de 2024.
A primeira mesa do dia teve como tema: como potencializar a atividade de extensão como veículo fomentador do empreendedorismo de impacto?. Mauricio Turra, conselheiro da Academia ICE, foi o facilitador da discussão e começou com uma breve apresentação sobre o tema, além de destacar a importância das atividades de extensão:
“Nos cursos de graduação, a extensão desempenha um papel fundamental ao proporcionar aos alunos oportunidades de aplicar seus conhecimentos teóricos em contextos práticos, desenvolvendo habilidades críticas, sociais e profissionais. A extensão universitária vai além da sala de aula, oferecendo uma formação integral que valoriza a responsabilidade social e o engajamento civil. A importância da extensão se reflete tanto nos benefícios para os alunos, quanto também e acho que principalmente para a comunidade”, explicou.
Turra apresentou os três painelistas que por meio de suas experiências e conhecimentos adquiridos contribuíram no processo de formação de alunos, quer seja por meio da organização de atividades extensionistas, ou mesmo recebendo esse público e integrando essa experiência.
Tânia Fischer, professora titular da UFBA, falou sobre o seu trabalho de formação com empreendimentos de impacto, ressaltando a ideia da criação de um doutorado transversal, em que um dos pré-requisitos é ter impacto. Além disso, ela também apresentou alguns casos em que a universidade causou impacto em um território, como por exemplo, o Projeto Terreiros de Salvador, voltado para a revitalização e proteção dos terreiros da cidade, um curso de formação para taxistas sobre lugares de cultura e religião.
Em seguida, Armindo Teodosio, professor da PUC – Minas, falou sobre o processo de extensão como um espaço de emoções construído por micro e macro relações. Segundo Teodosio, a extensão não pode ser transformada em uma receita de bolo, pois contraria o próprio conceito de extensão e a ideia de Paulo Freire de agir e pensar, pensar e agir. A seguir, o professor falou sobre o programa de extensão e pesquisas Polos de cidadania, que propõe um princípio de gestão organizadora da extensão a partir do trabalho em conjunto entre a academia e as comunidades que recebem os projetos de impacto.
O Quilombo do Ribeirão é um dos locais em que o programa de extensão universitária atua, mas para Teodosio, a academia deve compreender que a extensão não presta serviços para a comunidade, na verdade a academia tem muito a aprender com a comunidade:
“A gente aprende muito com as comunidades na construção e formação de profissionais pesquisadores e professores mais potentes, é preciso que a gente tenha uma gestão efetivamente solidária e coletiva, com produtos coletivos, é a ideia de aventura coletiva. (…) Estamos em instituições hierárquicas, mas será que nossa caminhada de extensão tem que ser gerenciada hierarquicamente?”, explicou.
A terceira painelista foi Olizia dos Santos, do Quilombo do Ribeirão, que falou sobre sua experiência com a atuação da extensão universitária em sua comunidade. Segundo Santos, desde que houve o rompimento da barragem de Brumadinho, cidade onde se encontra o Quilombo do Ribeirão, várias instituições apareceram na comunidade, algumas para ajudar e outras nem tanto. Segundo ela, o Quilombo quer projetos que tragam resultados positivos para a comunidade:
“A gente quer resultado, ver a coisa acontecendo, porque ilusão a gente já tem muitas, não queremos que fique só no papel. Nós queremos ter graduação, diploma, autonomia, para não depender de patrões que só querem nos explorar. Nós não temos acesso a uma rede de internet e telefone, precisamos ter valorização do nosso lugar, enxergando aqui como evolução, não precisamos buscar fora um recurso que tem aqui”, disse.
Após a fala dos painelistas, houve um momento de discussão em salas paralelas com o intuito de aprofundar um pouco mais os tópicos trazidos na mesa. Como forma de encerramento, cada participante da mesa contribuiu com uma fala final:
Teodosio ressaltou a importância da troca de saberes e experiências entre a academia e a comunidade: “É preciso sempre trabalhar uma lógica de encontro de saberes e de aprendizagens recíprocas. Inclusive com a ideia de que as comunidades devem nos ensinar empreendedorismo social e não apenas ensinar as comunidades o que é impacto porque na verdade eles sabem o que é impacto, eles demandam impacto.”
Fischer encerrou ponderando sobre os desafios da pós-graduação em produzir impacto: “Enquanto a pós-graduação não reconhecer uma forma realmente legível para todos, nós não teremos o impacto que desejamos. (…) Tem que haver uma valorização do que é o impacto em cada lugar e isso ser valorizado e cobrado dos programas, como é que eles impactam no mundo.”
Santos reiterou a importância de projetos que impactem o Quilombo do Ribeirão: “eu conto com projetos que tragam de fato retorno financeiro, autonomia e que a gente esteja de fato inserido em projetos que tragam esse retorno para a comunidade.”
Monitoramento da Rede Academia ICE
Como finalização do Encontro Nacional 2024, Marcos Silveira, professor-chefe do departamento de pesquisa da Fundação José Luiz Egydio Setúbal, divulgou o lançamento da pesquisa de monitoramento da Rede Academia ICE. A professora Graziella Comini, da FEA-USP e conselheira da Rede Academia ICE foi a facilitadora do painel, que também contou com a participação da Professora Aurélia de Melo, da Faculdade Dom Bosco e da professora da UFBA, Luiza Teixeira, ambas conselheiras e participantes do grupo de monitoramento da Rede. A ideia do painel foi começar a construir uma identidade definida para a Academia ICE, o que gerou alguns questionamentos relevantes: Quem somos? Onde estamos? Por quem somos formados?, Quais são os expertises da Academia? O que o mapa da Rede diz sobre a Academia?.
O monitoramento ressaltou o objetivo de criar cada vez mais articulações e parcerias em cada uma das regiões de atuação, para que a Rede cresça em pluralidade e identidade. A estrutura do monitoramento foi dividida em três partes: a primeira etapa contou com um relatório descritivo da Academia ICE com informações demográficas, tendências temporais e distribuições das atividades desempenhadas pelos membros da Rede. A segunda etapa foi a realização de um survey nacional a partir de um questionário de 48 perguntas em oito blocos temáticos, com o objetivo de descrever o perfil dos participantes. A última etapa foi a realização de uma análise bibliométrica da produção dos integrantes da Rede para compreender os padrões de produção científica da Academia ICE.
O monitoramento trouxe resultados interessantes para a Rede. O gráfico de ingressantes por região do país (2016-2023, mostrou qual tem sido a tendência de crescimento de cada região do país:
Já o survey interno ajudou a delimitar o perfil médio dos membros integrantes da Academia ICE a partir de informações de gênero, raça/cor e UF de atuação profissional, como é possível ver abaixo:
Em relação às disciplinas de atuação dos professores, as áreas mais citadas foram Administração (69 professores) e Economia (11 professores). Já nas áreas de ensino na temática da Academia ICE, os principais temas ministrados são negócios de impacto (49 professores), empreendedorismo social (42 professores) e inovação social (36 professores).
Quanto aos níveis de ensino de atuação dos professores, a graduação (95 professores) prevaleceu com quase o dobro da pós-graduação (48 professores). Dos 110 respondentes, 73 acreditam que a Rede Academia teve um papel mediano a alto na contribuição de suas atividades em 2023. Abaixo vemos os principais tipos de contribuição do Programa Academia para as atividades de ensino:
O nível de contribuição da Rede nas atividades de pesquisa teve um resultado parecido com a do campo do ensino:
Nas atividades de extensão, o nível continuou bom, mas contou com uma maior incidência da opção “nenhuma contribuição”. Entre os tipos de contribuição na extensão, nota-se a relevância da troca de informações e boas práticas com os membros da Academia ICE:
Por fim, o grau de satisfação dos respondentes foi bastante positivo:
Em relação a análise bibliométrica do período de 1997-2004, a produção científica da Academia ICE demonstrou um forte viés de crescimento a partir de 2005, com um número cada vez mais elevado de artigos publicados.
A professora Aurélia Mello fez um comentário geral sobre os dados apresentados, trazendo uma reflexão sobre a atuação dos membros da Rede nas áreas de ensino, pesquisa e extensão. Para ela, o crescimento do interesse na área de tecnologia, consciência da computação e suas engenharias. “é importante saber como os professores da Rede estão atuando dentro dessas áreas, que são de mais difícil penetração dos nossos temas e entender quais são essas disciplinas: seriam disciplinas eletivas relacionadas ao empreendimento? Fica a provocação de imaginar (…) como manter essa chama acesa ao longo do desenvolvimento dessas disciplinas”, afirmou.
Nós temos duas macrocategorias muito interessantes de contribuição da Rede, uma delas é relacionamento (parcerias, convite para bancas, palestras, etc.), é a Rede sendo Rede, sendo network. Quando olhamos, porém, na categoria docência: apoio às atividades de ensino, a gente percebe que o grau de contribuição desce um pouco. Apesar da Rede ser interessante nesse sentido, os professores estão olhando a Rede pela oportunidade de relacionamento muito mais acentuadamente. Acho que a gente precisa pensar um pouco nisso, mas talvez seja isso que queiramos.”, refletiu.
Olhando para o gráfico dos temas de atuação dos respondentes em áreas de inovação, Aurélia Mello ressaltou: “A timidez na temática de investimentos de impacto me chamou atenção, mas me chamou muito mais atenção a completa ausência da temática mensuração de impacto. Isso é um qualitativo importante para os negócios de impacto e é algo que precisa ser pensado na modelagem de um negócio, inclusive, como uma atividade que um negócio precisa se organizar para poder ter”, finalizou.
A conselheira Luiza Teixeira também fez seu comentário geral sobre o monitoramento da Rede:
“A rede é um entrelaçamento de fios, então se a gente vai monitorar essa rede, o que é importante saber? Pensei em duas dimensões que considero importantes, a primeira são as contribuições, como o programa consegue contribuir para essa rede? A segunda é a identidade da rede: Quem somos? (…) Para a gente contribuir mais, é importante sabermos a nossa identidade, quem nós somos. Nesse sentido, sinto um pouco de falta de trazermos uma série histórica dentro dessa perspectiva da identidade. Aumentamos os números por regiões e estados, mas se a gente pudesse ver como, ao longo dos anos, isso vem aumentando, isso ajudaria a gente a se conhecer. Para identidade, é importante a gente saber quem a gente é e o que a gente faz. Esse ano, nós olhamos um pouco mais para essa última parte que é: como publicamos? Como traduzimos os resultados das nossas pesquisas. A nossa identidade enquanto Rede é uma rede de pesquisadores? A gente podia se voltar para pensar mais isso, quantos de nós somos de fato pesquisadores, como podemos fazer para aumentar o entrelaço dos nossos fios? Como a gente pode construir um tecido mais resistente?”, concluiu.