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Coalizão pelo Impacto: estratégia sistêmica para ecossistemas locais
ICE e parceiros pretendem mobilizar 21.5 milhões de reais em capital filantrópico para apoio a organizações dinamizadoras nas cinco regiões do Brasil. A meta é fortalecer assim 500 negócios de impacto que movimentem 50 milhões de reais em investimentos diretos.
Um pacto para mais e melhores negócios socioambientais a nível nacional. Essa é a ideia central da Coalizão pelo Impacto. A nova iniciativa do ICE integra três pontos fundamentais para acelerar o desenvolvimento do ecossistema de investimentos e negócios de impacto no Brasil:
| Divulgar a complementaridade que existe entre negócios que resolvem problemas sociais e ambientais, políticas públicas e ações do terceiro setor;
| Garantir o apoio técnico e financeiro ao empreendedor de impacto adequado a cada etapa da sua jornada até um modelo de negócio economicamente sustentável que entrega impacto positivo mensurável;
| Ampliar o número e fortalecer organizações dinamizadoras do ecossistema de impacto.
Em cinco anos, a Coalizão pelo Impacto pretende mobilizar 21.5 milhões de reais em recursos filantrópicos – sendo 5 milhões do ICE – para construção da infraestrutura do ecossistema de impacto nas localidades escolhidas, por meio do apoio a organizações dinamizadoras de impacto (que apoiam empreendedores de impacto com formações, articulação com grandes empresas, mobilização de agentes públicos e outros atores).
A partir desse apoio às organizações dinamizadoras de cinco localidades diferentes, a expectativa é fortalecer 500 negócios de impacto, que, por sua vez, terão o potencial de mobilizar 50 milhões de reais em investimentos diretos.
Instituto Humanize e Somos Um são parceiros co-realizadores já confirmados. Fundação Grupo Boticário e Cosan são parceiros estratégicos. A etapa de estruturação e mobilização de outros parceiros filantrópicos segue durante o primeiro trimestre de 2022.
“A Coalizão pelo Impacto quer criar, em cinco localidades, uma infraestrutura de suporte ao empreendedor de impacto que também pode estar nos negócios de base tecnológica, de periferia ou ‘tradicionais’. Com apoio ao longo da jornada, os empreendedores têm maior chance de conseguir estruturar o seu negócio para mobilizar capital e ganhar escala para sua solução, gerando, assim, cada vez mais impacto social e ambiental positivo”, explica Fernanda Bombardi, gerente-executiva do ICE e coordenadora da iniciativa.
Ela explica que o projeto nasceu durante o planejamento estratégico do ICE, realizado em 2020, que contemplou a revisão da Teoria de Mudança do Instituto. A proposta é que a Coalizão parta de aprendizados e ativos de outros programas que têm trabalhado com diferentes atores do ecossistema (Academia, organizações de apoio a empreendedores, investidores e governos) sem substituí-los.
O ICE dedicou 2021 ao desenho da Coalizão: definição das intervenções nas localidades, estrutura de fluxo de capital, governança, entre outros aspectos.
A consultoria Kearney, voluntariamente, apoiou o desenho da iniciativa e desenvolveu uma ferramenta de diagnóstico para mensurar o grau de dinamização de ecossistemas locais para impacto.
“Ainda precisamos mobilizar 7,5 milhões da meta de 21,5 milhões, mas já estamos começando a analisar com os parceiros co-realizadores confirmados suas localidades de interesse. Queremos ter opções em todas as regiões do Brasil, aplicar o diagnóstico e conseguir selecionar uma localidade por região”, observa.
Fortalecimento sistêmico
Ao final de 5 anos, em cada uma das cinco localidades, a Coalizão pelo Impacto espera fortalecer a atuação de incubadoras e aceleradoras, universidades, grandes empresas, dos SEBRAEs [Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas], fortalecendo observatórios de impacto e apoiando também a estruturação de produtos financeiros. O caminho é: capital filantrópico para fortalecer organizações estruturantes, para apoiar negócios de impacto, para que acessem capital de investimento direto e escalem suas soluções.
Fernanda ressalta a premissa por trás da iniciativa de fortalecimento do empreendedorismo de impacto e da inovação em todo o território nacional.
“Se a gente quer o empreendedorismo de impacto socioambiental como parte da solução dos problemas do país, principalmente entre a população de baixa renda, precisamos desenvolver diversos polos. Se permanecermos com todos os ativos centralizados no Sudeste ou muito focados nos grandes centros urbanos, não vamos conseguir resolver as desigualdades do nosso país com a escala de que precisamos.” explica.
Legado
A gerente reflete ainda sobre a dimensão da nova iniciativa frente à estratégia de atuação do ICE desde 2012, quando passou a atuar pelo desenvolvimento do ecossistema de impacto brasileiro.
“A Coalizão pelo Impacto será um grande salto para o ICE nos próximos cinco anos. Uma ação que já começa sendo pensada de forma sistêmica e escalável, de modo a deixar como legado cinco ecossistemas locais de impacto. Com potencial para multiplicar em outras localidades. Será uma oportunidade de aprendizado enorme, que certamente vamos sistematizar e compartilhar”, conta.
Confira: Em entrevista, Rubens Ometto (Cosan) fala sobre parceria estratégica com o ICE na Coalizão pelo Impacto. Clique aqui.