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FIIMP avança no aprendizado de mecanismos financeiros para alocação de recursos em negócios de impacto socioambiental
Formado por 22 fundações e institutos, o grupo Fundações e Institutos de Impacto (FIIMP) foi criado para experimentar diferentes instrumentos financeiros, conhecer organizações intermediárias e acompanhar resultados de investimentos em negócios de impacto socioambiental. O ponto de partida dessa iniciativa foi o Lab de Inovação em Finanças Sociais organizado pela Força Tarefa (FT), em 2016, projeto liderado pelo Instituto de Cidadania Empresarial (ICE), a SITAWI e a AOKA Labs, com foco nas recomendações da Força Tarefa de Finanças Sociais. Neste Lab, os participantes criaram protótipos para avançar as recomendações da FT, como a recomendação #2 de que fundações deveriam apoiar o ecossistema com doações para intermediários como complementar a sua atuação. O FIIMP trata-se de uma iniciativa inovadora, pois institutos e fundações tradicionalmente apoiam projetos por meio de doações não reembolsáveis e neste projeto estão experimentando, conjuntamente, ser um garantidor, fazer empréstimo e equity crowdfunding.
O modelo de governança participativa e a sistematização do processo são destaques do FIIMP. “Todo mundo queria aprender como funcionam os mecanismos de investimento em negócios de impacto, se aproximar dos intermediários e dos negócios e entender o processo de medição de impacto. O modelo de governança garantiu a participação de todas fundações e institutos que aderiram ao grupo. Alocadas no modelo de governança, elas têm seus representantes nos grupos de trabalho e acompanham o processo de escolha dos negócios, as visitas. Todo processo é sistematizado pela consultoria externa Kalo Taxidi visando sua posterior divulgação. O modelo de Grupos de Trabalho gerou uma governança participativa e uma horizontalidade na gestão do processo”, explica Célia Cruz, diretora executiva do ICE.
Além do Instituto de Cidadania Empresarial (ICE), fazem parte desse coletivo: Instituto InterCement, Fundação BMW, Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, Fundação Lemann, Fundação Otacílio Coser (FOCO), Fundação Raízen, Childhood,Fundação Telefônica Vivo, Fundação Tide Setúbal, Fundo Vale, Instituto Ayrton Senna, Instituto Coca-Cola, Instituto Cyrela, Instituto EDP, Instituto Holcim, Instituto Phi, Instituto Sabin, Instituto Samuel Klein, Instituto Vedacit, Instituto Votorantim e Oi Futuro. O grupo conta com o apoio técnico do GIFE, Phomenta e ANDE (Aspen Network of Development Entrepreneurs).
Processo
Cada organização colocou no fundo US$ 10 mil (aproximadamente R$ 34 mil reais). O total arrecadado (R$ 703 mil) será alocado em negócios de impacto socioambientais, via intermediários, na sistematização e workshops de aprendizado. Todo processo, desafios e aprendizados, serão compartilhados em um guia para que outras fundações e institutos que se interessem pelo tema possam acelerar sua trajetória.
Os mecanismos financeiros escolhidos para essa primeira ação piloto são:
- dívida conversível (Equity Crowdfunding), que é uma modalidade de financiamento coletivo por meio de plataformas digitais nas quais, ao realizar o investimento, o investidor ganha o direito de adquirir uma participação acionária (equity) na empresa investida;
- dívida, que consiste na realização de empréstimos para os negócios de impacto;
- garantia de empréstimo (ou fundo de aval), no qual as fundações e institutos assumem o papel de avalistas para empréstimos contratados pelos negócios.
Os intermediários que foram selecionados para sua aplicação são, respectivamente, Din4mo, BemTeVi e SITAWI Finanças do Bem. Os três atuam de formas diferentes e estão em níveis distintos de desenvolvimento institucional, o que agrega ainda mais riqueza ao estudo. Com seus mecanismos financeiros próprios, os intermediários selecionaram seus negócios de impacto, que receberam cada um, R$ 150 mil. Veja a seguir os intermediários e os mecanismos.
Empréstimo | A BemTeVi Investimento Social fomenta negócios sociais, inspirada no modelo Muhammad Yunus. Apoia a constituição de empresas com fins lucrativos, mas sem distribuição de dividendos. O lucro do negócio é 100% reinvestido na expansão do negócio.
Equity Crowdfunding |A Din4mo é uma aceleradora e fomentadora de negócios de Impacto. Fortalece empreendedores que desenvolvem negócios que resolvem problemas sociais. A captação de capital é via Plataforma Broota.
Garantia | A SITAWI Finanças do Bem é uma organização social de interesse público (OSCIP) que se dedica a mobilizar capital para impacto social positivo. Atua como Fundo de Aval para a possibilidade de empréstimos de Instituições Financeiras
Governança participativa
Os grupos formados pelo FIIMP têm atribuições específicas: decisório/deliberativo, comunicação, operacional, jurídico, intermediários e visão de futuro. Nas reuniões a cada 2 meses são compartilhados aprendizados e debatidas questões encaminhadas pelas organizações. “Mais do que os R$ 700 mil mobilizados por este grupo, o que é relevante é o processo transformador. Ao passar por esse processo colaborativo estamos aprendendo juntas sobre o campo, e a partir daí as fundações estarão aptas a liderar seus próprios processos, e acredito que alguns destes com um volume muito maior e preferencialmente fazendo juntas e com metas de impacto, destaca Célia Cruz.
A diretora executiva do ICE lembra que quando começou o processo de formação do fundo a meta era ter 10 instituições – e entraram 22. “O sucesso da iniciativa se deve ao fato de que o protótipo foi coconstruído por muitas organizações. Eu sempre falo que para realizar essa agenda, seriam necessárias palestras e mais palestras pedindo doações para os intermediários. Foi uma iniciativa inovadora que respondeu a uma demanda do ecossistema e ganhou vida própria. Ainda precisamos amadurecer e aprofundar a aproximação das fundações no fomento e na evolução do ecossistema”,conclui.