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Prêmio ICE bate recorde de inscrições e atinge cinco regiões brasileiras
Anúncio de vencedores da quinta edição da premiação foi feito durante Encontro Nacional de Professores da Rede do Programa Academia.
Selecionar e premiar trabalhos acadêmicos de graduação, mestrado e doutorado que tratam de diferentes áreas de conhecimento em torno dos Investimentos e Negócios de Impacto incentivando sua produção de conhecimento é o objetivo do Prêmio ICE de Investimentos e Negócios de Impacto. A iniciativa é realizada anualmente desde 2015 pelo Instituto de Cidadania Empresarial (ICE), nesta quinta edição em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) por meio do BID Lab e apoio da Comgás.
Com prêmios entre R$ 1.500 e R$ 8 mil, distribuídos entre estudantes e professores orientadores, os trabalhos são selecionados por um comitê que analisa critérios como fundamentação teórica, afinidade e relevância do tema para o campo de Investimentos e Negócios de Impacto, sistematização e articulação de ideias, entre outros (saiba mais neste link).
Finalistas
Cada categoria elenca primeiro e segundo lugar, o que totaliza seis premiados. Os finalistas da quinta edição do prêmio puderam apresentar seus trabalhos durante o Encontro Nacional da Rede de Professores do Programa Academia, realizado em maio, em São Paulo.
Laura Cohen (Unisinos) foi a primeira colocada na categoria graduação com o trabalho “Avaliação de impacto: estratégias e ferramentas de mensuração e monitoramento em negócios de impacto socioambiental”. Ela afirma que seu interesse por questões de sustentabilidade aliado a um estágio possibilitou maior conhecimento sobre os negócios de impacto. Entre os maiores desafios enfrentados na elaboração de seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) estão a falta de bibliografia em português e a dificuldade inicial em encontrar um orientador.
“Para que exista o interesse pelo tema na graduação, é preciso começar a ensinar sobre sustentabilidade de uma forma diferente, trabalhando mais com projetos. Eu não tive a oportunidade, por exemplo, de fazer trabalhos aplicados como pensar e planejar uma startup. Acredito que se existir essa apresentação do assunto, é muito difícil alguém não se identificar e entender sua importância”, afirma Laura.
Thiago Ribeiro (Escola de Engenharia de Lorena – USP), segundo colocado com o trabalho “Negócios sociais no Brasil: uma análise dos fatores-chave que promovem seu sucesso”, por outro lado, conta que sua relação com o tema permeou boa parte de sua trajetória universitária graças a sua ligação com a Enactus – uma organização global que dissemina conceitos de empreendedorismo social nas universidades . “Comecei a me interessar pelo assunto quando eu e três colegas, juntamente com um professor-conselheiro, decidimos trazer a Enactus para o nosso campus. Trabalhamos muito no desenvolvimento de projetos autossustentáveis dentro das comunidades de Lorena. Essa foi minha primeira atitude empreendedora e depois disso só colhi coisas boas.”
Mestrado
Com a dissertação “Avaliação em Negócios de Impacto: análise das práticas avaliativas do empreendedor e do investidor Produção”, Erica Siqueira (Unicamp) foi a primeira colocada na categoria mestrado. “É uma sensação de dever cumprido poder colaborar com um campo que está em expansão e apresentar resultados que podem ser incorporados no ecossistema a fim de fortalecê-lo”, defende.
Apesar de nunca ter trabalhado com o assunto, Erica conta que sua orientadora abraçou a proposta. Para despertar o interesse de outros mestrandos para o tema é preciso, segundo Erica, envolver mais professores na temática e fomentar eventos e discussões em todas as regiões do país. Ela também acredita que é preciso envolver atléticas e projetos universitários para estimular o assunto desde cedo entre os estudantes.
“Tudo isso colabora não só com pesquisas acadêmicas, mas também com o interesse dos alunos em trabalhar nesse tipo de empresa. É um caminho longo, mas que certamente trará benefícios a toda comunidade e o amadurecimento do campo. A minha dissertação é a primeira sobre negócios de impacto realizada na Unicamp. Em nossa primeira participação já conseguimos o prêmio e isso é um grande estímulo para os demais programas, professores e pesquisadores da universidade”, ressalta Erica.
Fernanda Freitas e Fabiane de Almeida (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-RJ) ficaram com o segundo lugar da categoria com o trabalho “Negócios de impacto social e inovação social: Contribuições para a revolução da longevidade”.
Finalizando um mestrado aos 50 anos de idade, Fabiane reforçou a importância do reconhecimento e de mais iniciativas sobre o tema no meio acadêmico. “Eu acredito que com palestras e oficinas seria maior a disseminação do tema em faculdades e universidades. Eu, por exemplo, só conheci o assunto no mestrado ao fazer um artigo sobre inovação social.” Fernanda Freitas, por sua vez, discorre sobre o fato de ser mestra em administração de empresas e a relação da profissão com o setor de negócios de impacto. “Sempre acreditei que o dever do administrador era não apenas com o desenvolvimento da organização mas também com o desenvolvimento da sociedade. Esse foi um dos motivos pelos quais me interessei por empreendedorismo social e posteriormente conheci todo o ecossistema dos negócios de impacto.”
Doutorado
Rodrigo Luiz da Silva ( Universidade Federal do Paraná) foi o 1º colocado com a tese de doutorado “Inovação social: um estudo a partir das parcerias desenvolvidas ao longo do seu processo em empresas sociais brasileiras e britânicas”. Vencedor da terceira edição do prêmio em 2016 na categoria mestrado, Rodrigo ressalta a importância do prêmio para sua carreira. “Em um evento sobre empresas sociais na Bélgica, uma professora veio falar que lembrava de mim pelo Prêmio ICE. Esse reconhecimento me deu muita motivação e me fez mais conhecido, além de ter contribuído na divulgação do meu trabalho tanto no meio acadêmico quanto no campo prático dos empreendimentos sociais.”
As desigualdades sociais e de oportunidade observadas no Brasil motivaram Rodrigo a mergulhar no estudo de negócios sociais. “É uma área nova que precisa de investigação e contribuição dos estudos acadêmicos. São muitas as pesquisas sobre negócios tradicionais e poucas sobre as empresas sociais. Eu acredito que é preciso entendimento sobre o campo e muita contribuição para ele continuar crescendo”, defende.
Já Gláucia Ferro (Universidade Federal do Paraná – UFPR) foi a segunda colocada na categoria com a tese “Modelo de Processo de Design Thinking Aplicado a Um Negócio Social”. Participante do programa de pós-graduação em Design, Gláucia decidiu trabalhar com a metodologia de Design Thinking voltada às causas sociais. “Quando fui aplicar o design thinking na área social, conversei com alguns professores e vários me desanimaram, ressaltando que não havia indicadores para a minha pesquisa. Meu orientador que teve o papel de me animar, reforçando que por ser uma área muito nova, eu deveria mostrar a minha visão com o projeto. Estou muito contente por saber que acertei a direção da pesquisa. Foi um grande incentivo para continuar na área social”.
Números da edição
A quinta edição do Prêmio superou os números do ano passado ao alcançar 47 inscritos de 37 instituições de ensino de 11 estados e o do Distrito Federal – 19 na categoria graduação (40%), 23 em mestrado (49%) e cinco em doutorado (11%).
Setenta por cento dos inscritos são mulheres. Se a ótica de gênero for aplicada a cada categoria, o público feminino predomina nas três, com maior discrepância na graduação, com 83% dos trabalhos realizados por mulheres e 17% por homens.
As regiões Sul e Sudeste do país seguem sendo responsáveis por mais da metade das inscrições.
O estado de São Paulo lidera o número absoluto de inscrições com 20%. Analisando as categorias separadamente, os trabalhos de graduação e mestrado também estão mais concentrados na capital paulista, com 42 e 48%, respectivamente. Em doutorado, entretanto, o Paraná lidera com 40% das inscrições (São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia são responsáveis por 20% cada).