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Workshop reúne acadêmicos de universidades brasileiras e britânicas para debater sinergias com o campo de impacto
Evento aconteceu em São Paulo entre 12 e 14 de fevereiro. O tema periferias foi um dos destaques.
Durante três dias, 14 professores de diferentes universidades do Brasil e do Reino Unido estiveram reunidos para trocar experiências de ensino e pesquisa com o objetivo de estabelecer parcerias entre instituições dos dois países. Promovido por ICE e British Council com apoio da Fundação Tide Setubal, o Academic Workshop BR+UK on Social Impact Agenda, aconteceu de 12 a 14 de fevereiro, em São Paulo (SP). A iniciativa foi a primeira da Academia ICE com foco na articulação entre professores universitários dos dois países.
A programação do encontro contemplou uma diversidade de debates e espaços para construções em grupos. Adriana Mariano, gestora de programas do ICE, destaca o enfoque especial no tema das periferias e ressalta a importância da parceria com a Fundação Tide Setubal nesse sentido. “Além de sediarem o encontro, contamos com uma exposição sobre a atuação da Fundação Tide Setubal na Zona Leste de São Paulo com a presença de empreendedores locais e da professora Gislene Aparecida dos Santos, do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo (USP), que lidera o novo Núcleo de Periferia (nPeriferia) na instituição”, conta.
Atuações e intercâmbio
A abertura do evento contou com apresentações realizadas pelos três parceiros da iniciativa acerca de suas agendas e da importância do encontro para o avanço das mesmas.
Celia Cruz, diretora executiva do ICE, falou sobre o campo de investimentos e negócios de impacto e sobre a atuação do ICE no fortalecimento do ecossistema no Brasil. O British Council, por sua vez, trouxe informações sobre sua atuação no campo da economia criativa a partir do Programa DICE (Developing Inclusive and Creative Economies). Já a Fundação Tide Setubal abordou o tema do desenvolvimento territorial e das periferias a partir de sua trajetória de atuação na Zona Leste de São Paulo.
A segunda parte da agenda do primeiro dia foi dedicada à apresentação de projetos de ensino, pesquisa ou extensão dos professores participantes. A atividade abriu espaço para trocas sobre as pesquisas e práticas dos acadêmicos dos dois países.
Conexões entre Academia e campo de impacto
No segundo dia do encontro, após uma imersão no tema das periferias e a presença de empreendedores de negócios de impacto periféricos, o grupo se dedicou ao debate acerca das conexões possíveis entre Academia e ecossistema de impacto a partir dos desafios e oportunidades nos três campos: pesquisa, ensino e extensão.
Na ocasião, o Prof. Edgard Barki, da FGV-SP, compartilhou sua experiência no território de Heliópolis, periferia de São Paulo. Sobre a relação entre centro e periferia e entre investidores e empreendedores, o professor ressaltou a importância de as soluções serem pensadas e criadas pelas próprias comunidades a partir de seus contextos.
Edgar falou ainda sobre seu trabalho junto à Articuladora de Negócios de Impacto da Periferia (Anip) – que visa fomentar empreendimentos sociais que nascem nas periferias –, salientando o desafio e a importância de trabalhar em uma lógica distinta daquela utilizada comumente pelos empreendedores tradicionais: criar, crescer e escalar. Ao final do dia, Maria Granados, da Universidade de Westminster, liderou uma oficina sobre metodologias de pesquisa em inovação e empreendedorismo social.
O futuro da pesquisa acadêmica
Os destaques do último dia do encontro vão para as apresentações de Richard Hull, da Goldsmith – Universidade de Londres, e Pablo Muñoz, da Universidade de Liverpool. O primeiro se debruçou sobre o trabalho de extensão realizado localmente pela instituição. Já o segundo abordou a publicação de artigos em jornais acadêmicos.
No período da tarde, o painel “A notícia boa é que existem linhas de financiamento” contou com a presença de financiadores públicos e privados para debater oportunidades de financiamento à pesquisa. Participaram representantes do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (CONFAP), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), do British Council e da Fundação Tide Setubal. Um exercício de possíveis sinergias e ações de cooperação e colaboração para o futuro marcou o encerramento dos trabalhos.
Aprendizados
Entre os aprendizados gerados durante o encontro com especial enfoque no tema das periferias, Adriana Mariano destaca a importância do envolvimento das comunidades na construção das soluções e do desprendimento por parte dos investidores no quesito escala como principal foco de resultado.
Segundo ela, entre os principais desafios observados pelo grupo estão as barreiras de comunicação com diferentes linguagens e a necessidade de olhar para as populações periféricas como protagonistas das ações e não apenas público-alvo.